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Estação de trem quase deserta em Wuhan, China, em época que normalmente está cheia de passageiros para o Ano Novo Lunar, 23 de janeiro de 2020
Estação de trem quase deserta em Wuhan, China, em época que normalmente está cheia de passageiros para o Ano Novo Lunar, 23 de janeiro de 2020| Foto: HECTOR RETAMAL / AFP

Governos de alguns países começaram a retirar seus cidadãos da região da China que é o epicentro do surto do novo tipo de coronavírus que já causou a morte de mais de 130 pessoas e se espalhou para vários países do mundo. O número de casos confirmados passa de 6 mil, a grande maioria na China.

Um voo transportando cidadãos dos Estados Unidos partiu da cidade chinesa de Wuhan na terça-feira (28) e chegou hoje a uma base naval da Califórnia. O avião fez uma escala em Anchorage, no Alasca, para monitoramento dos 201 passageiros. Equipes usando trajes de proteção contra perigos biológicos, além de veículos de emergência e três ônibus, aguardavam os passageiros.

Os passageiros com suspeita de contaminação pelo vírus serão levados a hospitais locais, informou o Departamento de Defesa dos EUA. Autoridades pediram que os americanos evacuados que não apresentaram sintomas permaneçam em alojamentos na base aérea para exames mais minuciosos.

Médicos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA realizarão "uma triagem mais completa para compreender melhor a exposição de cada indivíduo", de acordo com comunicado divulgado pelo CDC, que não indicou quanto tempo os evacuados deveriam permanecer na base.

Americanos que estavam no voo relataram à CNN dificuldades para chegar ao aeroporto de Wuhan, já que o transporte público da cidade está suspenso. Uma passageira disse que no trajeto até o aeroporto havia dois pontos de verificação; em um deles, a temperatura corporal de alguns motoristas era verificada, e, no outro, um agente checou se os passageiros do veículo tinham documentos necessários para transitar e embarcar no voo.

Equipes com trajes de proteção contra perigos biológicos aguardam passageiros que foram evacuados de Wuhan, China, na March Air Reserve Base em Riverside, Califórnia, 29 de janeiro de 2020 | Foto: Matt HARTMAN / AFP
Equipes com trajes de proteção contra perigos biológicos aguardam passageiros que foram evacuados de Wuhan, China, na March Air Reserve Base em Riverside, Califórnia, 29 de janeiro de 2020 | Foto: Matt HARTMAN / AFP| Matt HARTMAN / AFP

O Japão também retirou seus cidadãos de Wuhan. Um voo fretado pelo governo transportou 206 japoneses até Tóquio na manhã desta quarta-feira. Dois dos passageiros apresentaram sintomas de pneumonia durante o monitoramento, mas o diagnóstico de infecção por coronavírus não foi confirmado, disseram representantes do hospital local, segundo o jornal The Guardian. Dois passageiros deram entrada no hospital e outros sete com sintomas como tosse e febre passarão por mais exames.

O restante dos passageiros seguiu com a recomendação de ficar dentro de casa sem contato com outras pessoas por 14 dias. Um segundo avião será enviado pelo governo japonês para transportar outros 450 cidadãos do país que aguardam para serem evacuados.

O Canadá também está se preparando para trazer seus cidadãos de volta de Wuhan. As autoridades de saúde do país garantiram que autoridades chinesas não permitirão que pessoas infectadas entrem no avião fretado pelo governo canadense.

O Reino Unido tinha o plano de trazer de volta cidadãos britânicos de Wuhan na quinta-feira, mas os cerca de 200 passageiros terão que esperar. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país disse na noite de quarta-feira que o avião fretado pelo governo não irá decolar nesta quinta. "Estamos fazendo tudo o que podemos para trazer os britânicos de Wuhan em segurança para o Reino Unido. Voos de vários países foram impossibilitados de decolar como planejado. Continuamos a trabalhar com urgência para organizar um voo para o Reino Unido o mais cedo possível", disse o porta-voz.

O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse nesta quarta-feira que ele espera que o governo federal alemão chegue a um acordo com autoridades no estado de Hesse, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Frankfurt, para a evacuação de cidadãos alemães que estejam em Wuhan.

A Alemanha registrou os primeiros casos de transmissão do coronavírus de pessoa para pessoa fora da Ásia. O primeiro paciente, um homem de 33 anos, teve contato em solo alemão com uma colega chinesa que teve sintomas da doença apenas após voltar à China. Outros três casos registrados no país são de pessoas que trabalham na mesma empresa em que o primeiro paciente.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou na terça-feira que "não é oportuno" retirar cidadãos brasileiros que estejam na China. "Pelo que parece, tem uma família na região lá onde o vírus está atuando. Não seria oportuno retirar de lá, com todo respeito. Pelo contrário. Não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas. A gente espera que os dados da China sejam reais", disse.

Várias companhias aéreas decidiram interromper os voos para a China enquanto o país tenta controlar a propagação do coronavírus. A China recomendou os seus cidadãos a adiar viagens para o exterior e outros países pediram aos seus cidadãos para evitar viagens ao país asiático de possível.

Conteúdo editado por:Helen Mendes
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