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O Paquistão está expulsando a equipe estrangeira do grupo beneficente Save the Children, afirmou uma autoridade da agência na quinta-feira (6). A decisão aparentemente está ligada à suspeita do governo de que a instituição de caridade ajudou espiões dos EUA na caça de Osama bin Laden.

O Ministério do Interior disse ao grupo que seus seis funcionários estrangeiros terão de deixar o Paquistão dentro de duas semanas, afirmou o diretor do grupo para planejamento de comunicação, Ghulam Qadri.

O ministério não deu nenhuma razão para a decisão, disse ele. Funcionários do Ministério do Interior não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

O Save the Children e outras instituições estão sob suspeita do governo por causa de relatos da mídia de que haviam entrado em contato com o médico paquistanês Shakil Afridi, que ajudou a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) a caçar Bin Laden.

"Não há nenhuma verdade nas alegações que surgiram na mídia de que Afridi trabalhava com o Save The Children e que ele foi apresentado à CIA por nossa equipe, e não há nenhuma prova concreta para apoiá-las", disse Qadri.

Bin Laden foi morto em maio do ano passado, quando forças especiais americanas invadiram seu esconderijo na cidade paquistanesa de Abbottabad, no norte do país. O Paquistão, apesar de ser um aliado dos EUA na questão de segurança, contestou o ataque secreto norte-americano, que qualificou de violação de sua soberania.

Afridi foi preso logo após Bin Laden ser morto.

O médico fez uma campanha de vacinação em Abbottabad e utilizou amostras de saliva para tentar reunir o DNA dos filhos de Bin Laden, que ficavam hospedados com ele em seu esconderijo, afirmou este ano um ex-oficial de segurança paquistanês familiarizado com o caso.

Não ficou claro se a CIA usou as amostras para determinar se as crianças eram os filhos do então líder da Al Qaeda.

Após sua prisão, Afridi foi difamado por muitos paquistaneses, pelo que eles viam como traição por ajudar os Estados Unidos.

O grupo Save the Children trabalha no Paquistão há mais de 30 anos e emprega mais de 2.000 funcionários paquistaneses.

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