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"Isso foi uma covardia. Eu tenho um carinho imenso pelo menino", disse hoje à noite o americano David Goldman, pai do menino Sean, de 9 anos, ao comentar a decisão liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, este será o 5º Natal que deverá passar sem o filho. "Estou extremamente desgastado, mas ainda tenho esperança."

Os advogados do americano ainda não definiram que estratégia irão adotar agora. "Eu espero poder ir embora com o meu filho", havia declarado Goldman no início da tarde desta quinta-feira (17), antes da decisão do STF, ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Rio. O pai de Sean foi recebido no aeroporto por funcionários do Consulado dos EUA e seguiu escoltado por dois carros da polícia até o Hotel Marriott, na Praia de Copacabana.

O advogado da família brasileira do garoto, Sérgio Tostes, disse que a decisão do ministro do STF foi recebida com alívio. Ele vai entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça contra a decisão de ontem do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que determinara que o menino fosse entregue ao Consulado até a tarde de amanhã para retornar aos EUA com o pai. A decisão em primeira instância também tinha sido favorável a Goldman. "Nós defendemos o direito constitucional do Sean de ser ouvido (em juízo). O que esperamos é que, uma vez determinada a possibilidade de ele expressar a vontade, seja suprida a grande lacuna que há no processo e a decisão seja revista. Nas duas decisões favoráveis ao pai, ele (Sean) não foi ouvido", disse Tostes.

De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a decisão de quarta-feira(16) do TRF-2, uma perícia judicial concluiu, após escutar o garoto, que as suas escolhas "não têm valor decisório, não só pela falta de maturidade, própria de sua idade, mas também porque está à mercê de seu estado emocional neste momento". Ainda de acordo com a AGU, "todos esses elementos tornam-se intensamente exacerbados, ou distorcidos, no caso de a criança estar sob a Síndrome de Alienação Parental (quando mãe ou pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro)". Durante a entrevista, Tostes mostrou à imprensa um cartaz feito pelo menino e endereçado ao presidente Lula com a frase "Quero ficar no Brasil para sempre". O advogado disse que Goldman poderá visitar o filho durante o Natal.

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