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O maior partido reformista do Irã disse na segunda-feira que o presidente Mahmoud Ahmadinejad sofreu uma "derrota decisiva'' nas eleições nacionais da semana passada, devido aos "métodos autoritários e ineficientes'' de seu governo.

O porta-voz do governo rebateu essa informação dizendo que o governo não tinha candidatos nas eleições de sexta-feira para os conselhos locais e para o corpo religioso conhecido como Assembléia dos Especialistas. Segundo ele, o governo irá trabalhar satisfeito com os vencedores.

Analistas políticos disseram que as eleições, as primeiras desde que Ahmadinejad assumiu a Presidência, não terão impacto imediato no Irã, onde o líder supremo aiatolá Ali Khamenei tem sempre a última palavra.

Mas uma atuação fraca dos aliados do presidente poderia ajudar as forças moderadas a aumentar sua influência no futuro. As apurações prosseguiam na segunda-feira, o que provocou insinuações de possível fraude.

Os resultados já anunciados sugerem que os candidatos conservadores moderados e reformistas se saíram melhor que os aliados de Ahmadinejad, embora nenhum grupo pudesse comemorar uma vitória definitiva.

"Os resultados iniciais das eleições em todo o país indicam que a lista do senhor Ahmadinejad sofreu uma derrota decisiva'', disse o partido Frente Islâmica de Participação no Irã. "Esses resultados equivalem a um grande 'não' aos métodos autoritários e ineficientes do governo.''

O porta-voz do governo, Gholamhossein Elham, preferiu ressaltar o comparecimento às urnas de cerca de 60% dos eleitores, bem acima dos níveis desse tipo de eleição nos últimos anos.

- Não importa para nós quem é o vencedor nas eleições - disse ele.

As primeiras apurações mostravam que os aliados de Ahmadinejad teriam até 4 das 15 cadeiras do Conselho Municipal de Teerã - entre eles, uma irmã do presidente. O restante das cadeiras deve ser ocupada por conservadores moderados que apóiam o prefeito da capital, Mohammad Baqer Qalibaf, além de reformistas.

Para os reformistas, os resultados de Teerã refletem os das outras partes do país.

Na eleição para a Assembléia dos Especialistas, um órgão de 86 membros que elege, supervisiona e pode até destituir o líder supremo, também houve decepções para os aliados de Ahmadinejad. Em Teerã, o mais votado foi o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, que perdeu a eleição presidencial para Ahmadinejad em 2005.

O clérigo aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-Yazdi, que apóia o presidente abertamente, ficou em apenas sexto, com menos de metade dos votos de Rafsanjani, mas ainda conseguiu garantir seu posto na assembléia.

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