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O governo do Paraguai afirmou que vai rejeitar uma oferta do Brasil de aumentar o valor que paga pela cessão de energia da hidrelétrica de Itaipu, uma decisão que ameaça paralisar as negociações sobre a administração da empresa binacional.

A próxima reunião entre os presidentes dos dois países está prevista para o dia 29 de abril, em Brasília.

Os dois países, sócios em uma das usinas hidrelétricas mais potentes do mundo, discutem há meses a reivindicação do Paraguai de obter maiores benefícios pela energia que vende ao Brasil, polêmica que originou uma comissão técnica que se reúne periodicamente em Brasília ou Assunção.

Em um encontro em janeiro, o Brasil ofereceu aumentar em 115 milhões de dólares o valor da energia que corresponde ao Paraguai, mas que por não ter demanda interna vende ao país vizinho e sócio na usina. O valor no entanto foi bem inferior ao pretendido pelo governo do presidente Fernando Lugo, de pelo menos 400 milhões de dólares.

O Brasil propôs ainda a criação de um fundo de desenvolvimento de 100 milhões de dólares e cerca de 500 milhões de dólares para a construção de redes elétricas.

"Esta proposta ficou de lado. O Paraguai entende que essa oferta foi superada", disse a jornalistas Ricardo Canese, coordenador da equipe de negociação de Itaipu, em declarações divulgadas pela mídia local na quinta-feira.

"A livre disponibilidade de energia, o preço justo e a dívida são os três temas pontuais (que) o presidente esteve de acordo em revigorar (...) já o fizemos verbalmente (a comunicação ao Brasil), mas agora oficializaremos por escrito, via chancelaria", adicionou Canese.

Irritados com a lentidão nas negociações, mais de mil manifestantes de organizações sociais do Paraguai e do Brasil fecharam durante uma hora a Ponte da Amizade, que une os dois países, em defesa das reclamações de Assunção.

Os manifestantes marcharam a partir das duas margens do Rio Paraná e se encontraram no centro da ponte, onde membros da organização paraguaia MCNOC e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra trocaram bandeiras de seus países.

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