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Pessoas reagem ao resultado da votação sobre o acordo do Brexit no Parlamento britânico |  OLI SCARFF / AFP
Pessoas reagem ao resultado da votação sobre o acordo do Brexit no Parlamento britânico| Foto:  OLI SCARFF / AFP

O Parlamento britânico votou, nesta terça-feira (15), contra o acordo de saída da União Europeia, apresentado pela primeira-ministra Theresa May. Essa foi a maior derrota parlamentar de um primeiro-ministro britânico na era democrática do país, com 432 votos contra e 202 a favor do acordo.

A derrota de May já era prevista, já que o seu plano vinha sendo criticado tanto pelos parlamentares de oposição, que querem cancelar o Brexit, quanto pelos conservadores aliados, que consideram que May cedeu demais à União Europeia nas negociações do divórcio.

Os parlamentares do Partido Conservador, de Theresa May, deram 118 votos contrários ao acordo, e 196 a favor.

Após a votação, Theresa May imediatamente convidou o Parlamento a realizar uma votação formal de não confiança ao seu próprio governo. Em seguida, o líder do partido de oposição, Jeremy Corbyn, confirmou a apresentação do voto de desconfiança contra Theresa May, com o apoio de líderes dos outros partidos de oposição, que deve ser avaliado pelo governo amanhã. 

Entenda: o que acontece com o Reino Unido sem a aprovação do acordo do Brexit? 

“Esse resultado não diz nada sobre o que quem é contra o acordo defende”, disse May, logo depois da votação. “Nem como honrar o resultado do referendo nem se ele será honrado. O povo britânico merece clareza sobre isso o quanto antes”.

Um porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse em um comunicado: "Nós lamentamos o resultado da votação, e pedimos ao governo do Reino Unido esclarecer as suas intenções em relação aos próximos passos o mais cedo possível". 

Tusk escreveu uma mensagem no Twitter que aparentemente pede que o Reino Unido considere o cancelamento do Brexit: "Se um acordo é impossível, e ninguém quer [uma saída] sem acordo, então quem finalmente terá a coragem de dizer qual é a única solução possível?"

Trajetória

O acordo de saída da União Europeia foi aprovado pelos 27 países-membros da União Europeia ainda em novembro. A votação no parlamento britânico deveria ter ocorrido em 11 de dezembro, mas foi adiada pela própria primeira-ministra visto que as expectativas eram de que o acordo fosse rejeitado por ampla margem. 

Enquanto uma nova data para a apreciação não era anunciada, May voltou à Bruxelas em uma missão para tentar renegociar alguns pontos do acordo para torná-lo mais palatável aos conservadores. 

Um dos pontos de maior atrito trata da fronteira entre a Irlanda do Norte, pertencente ao Reino Unido, e a Irlanda, que faz parte da União Europeia. Pelos termos do acordo de May, caso outra solução não seja encontrada até julho de 2020, quando faltarem seis meses para o fim do período de transição pós-separação, o Reino Unido entrará em uma união aduaneira provisória com o mercado comum europeu. O temor dos parlamentares britânicos que se opõem ao acordo é que essa "solução-tampão" se torne permanente, atando Londres à UE por anos e, assim, contrariando a vontade de deixar o bloco expressa pela maior parte do eleitorado britânico em plebiscito de 2016.

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