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oriente médio

Parlamento de Israel aprova referendo sobre Jerusalém Oriental

Se aprovada, lei pode impedir que qualquer futuro governo israelense devolva terras em acordos de paz

Manifestantes contra a decisão do governo de limitar construção de assentamentos judeus se reúnem em Jerusalém | Reuters
Manifestantes contra a decisão do governo de limitar construção de assentamentos judeus se reúnem em Jerusalém (Foto: Reuters)

O Parlamento de Israel deu aprovação preliminar a um projeto de lei que irá requerer que seja feito um referendo nacional sobre qualquer acordo de paz que signifique desistir do controle das Colinas de Golan e de Jerusalém Oriental. Também nesta quarta-feira, colonos judeus realizaram uma manifestação no centro de Jerusalém que reuniu 10 mil pessoas em protesto contra o congelamento das construções na Cisjordânia.

Se aprovada definitivamente, a lei poderá limitar a habilidade de qualquer futuro governo de Israel em devolver terras capturadas como parte de um acordo de paz.

Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um futuro estado, enquanto a Síria pede a devolução das Colinas de Golan como parte de qualquer acordo de paz com Israel. Forças israelenses ocupam dois terços do Golan, uma área montanhosa e estratégica, em parte habitada pelos drusos.

Israel capturou ambas as áreas na Guerra dos Seis Dias em 1967 e em seguida as anexou. A medida foi aprovada por 68 votos a favor e 22 contrários nesta quarta-feira. Ela ainda precisa passar por mais duas votações no Parlamento antes de virar lei.

Manifestação em Jerusalém

Cerca de 10 mil colonos judeus da Cisjordânia e simpatizantes fizeram uma manifestação na noite desta quarta-feira no centro de Jerusalém, no que disseram ser um gesto de resistência contra a decisão do governo que suspende a construção de novas casas na Cisjordânia.

Os colonos levaram cartazes nos quais se lia: "Vamos construir" e "Detenham as bombas atômicas do Irã, não nossas casas". No mês passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou a suspensão por dez meses de novas construções na Cisjordânia, com a intenção de relançar as conversações de paz com os palestinos, rompidas há mais de um ano. A restrição enfureceu os colonos judeus e seus adeptos na coalizão de extrema direita que dá sustentação ao governo de Netanyahu.

O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, que também é colono, disse que a manifestação em Jerusalém é legítima.

"Eu apenas espero que a luta e a resistência permaneçam no marco de um protesto político legítimo, que seja aceitável num estado democrático", declarou à Rádio de Israel.

Os palestinos reivindicam a Cisjordânia e Jerusalém Oriental como parte do seu futuro estado independente e afirmam que só voltarão a negociar quando cessem as construções de assentamentos.

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