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Por mais que capture o imaginário, o LHC não dará aos físicos um momento "eureka!’’. Isso porque a descoberta da partícula bóson de Higgs não acontecerá de repente, mesmo quando, em um ano e meio, o LHC já tiver dobrado o seu nível de energia.

Primeiro, é necessário um de­morado trabalho de coleta, análise e reanálise de dados, en­volvendo complexos cálculos em computadores gigantescos para saber se a partícula apareceu mesmo.

Além disso, é necessário, para que a conclusão seja estatisticamente confiável, que muitas colisões sejam feitas. Os físicos precisam de um repertório vasto para poder fazer comparações – fazendo com que não exista "a’’ colisão em que o bóson de Higgs apareceu.

E, claro, talvez o bóson de Higgs nem sequer exista.

Se isso se confirmar, não há motivos para pânico, diz Sérgio Novaes, físico da Unesp. "Não se faz ciência só quando tudo dá certo. Há uma ótima palavra em inglês para is­­so: ‘serendipity’. É quando você procura uma coisa e acaba en­­contrando outra completamente diferente.’’

Novaes lidera, no Instituto de Física Teórica da Unesp, em São Paulo, cerca de dez outros físicos na busca pelo bóson de Higgs – ou pela tal outra coisa completamente diferente. Eles acompanham, em tempo real, as colisões do LHC, em uma sala inaugurada ontem e que custou pouco mais de R$ 30 mil.

Além de outra sala similar na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, existem outras 33 salas assim pelo mundo, recebendo dados para a análise dos pesquisadores. Essa ajuda internacional é necessária em consequência da quantidade imensa de dados gerados pelo LHC: se fossem gravados em CDs, formariam por ano uma pilha de 20 km de altura.

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