• Carregando...

O partido governista do Japão derrotado nas eleições do Senado nesse domingo (12) encara agora uma luta árdua para conquistar novos aliados às suas medidas fiscais e deve enfrentar uma amarga discussão sobre uma possível demissão do primeiro-ministro.

Os eleitores mostraram nessa eleição uma forte rejeição ao Partido Democrático do Japão (DPJ), do primeiro-ministro Naoto Kan, tirando a maioria do DPJ e do seu aliado menos de um ano depois que os Democratas chegaram ao poder com promessas de mudança.

As projeções dos meios de comunicação mostraram que o DPJ de Kan ganhou menos de 50 assentos e, seu aliado, o Novo Partido do Povo, ficou sem nenhum. Isso foi menos do que o previsto para o principal partido de oposição, o Partido Liberal Democrático (LDP), e muito aquém da meta de Kan, de obter 54 assentos.

Isso deixa Kan vulnerável a ataques dentro do próprio partido, apesar de ele ter dito que pretende continuar no cargo. Kan já é o quinto primeiro-ministro que a segunda maior economia do mundo tem em três anos.

"Quero aceitar os resultados da eleição sinceramente e continuar com as medidas responsáveis, com o sentimento de que isso é um novo começo", disse Kan durante uma coletiva de imprensa.

Ele acrescentou que se sentia responsável por não ter conseguido explicar plenamente o seu pedido para um debate sobre os impostos sobre as vendas, mas que continuará a propor conversas multipartidárias sobre o assunto.

O DPJ chegou ao poder depois de obter um resultado histórico nas eleições do ano passado, derrotando o partido conservador Liberal Democrata, no poder há tempos, com promessas de corte de gastos e de foco nas despesas com os consumidores.

O apoio dos eleitores despencou devido a uma liderança hesitante e por conta de erros ao lidar com uma disputa sobre uma base aérea dos EUA.

O DPJ recuperou o apoio público quando Kan assumiu no mês passado, mas caiu quase tão rapidamente quando ele lançou um aumento no imposto sobre as vendas para controlar o endividamento.

Muitos eleitores entendem a necessidade de um eventual aumento no imposto sobre as vendas, já que a dívida pública já está em torno de duas vezes o tamanho da economia de 5 trilhões de dólares, mas os Democratas não conseguiram convencer os eleitores de que tinham um plano coerente para resolver os problemas econômicos do país.

O partido ainda tem um forte domínio na poderosa Câmara dos Deputados, mas terá de procurar novos parceiros para controlar o Senado, que pode bloquear as contas, enquanto luta para planejar o desenvolvimento e controlar a dívida pública.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]