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Os partidos xiitas do Iraque deram na terça-feira a si mesmos um prazo de cinco dias para escolher um candidato único ao cargo de primeiro-ministro, e um político disse que Nuri al Maliki tem grandes chances de obter um segundo mandato como premiê.

Membros da Aliança Nacional Iraquiana (ANI, ligada ao Irã) e da coalizão Estado de Direito, de Maliki, se reuniram no gabinete dele para tentar encerrar um impasse que se arrasta desde a inconclusiva eleição parlamentar de março.

Os políticos saíram da reunião dizendo que decidiram escolher um candidato por consenso e abandonar as negociações com outros partidos para a formação de uma coalizão de governo.

"Sem dúvida, todas as indicações sugerem que o sr. Maliki tem a melhor chance", disse à Reuters Khalid al Attiya, membro de primeiro escalão da Estado de Direito.

Ataques frequentes dos insurgentes sunitas mostram como é delicada a situação política do Iraque, especialmente porque os EUA encerraram em agosto sua missão de combate no país, preparando-se para reduzir seu contingente para 50 mil soldados, voltados para missões de apoio e treinamento.

O impasse político também gera temores de que o Iraque mergulhe novamente na violência sectária que fez milhares de vítimas em 2006-07.

O partido Iraqiya, que reúne políticos de várias seitas religiosas, mas tem maior ligação com a minoria sunita, obteve a maior bancada parlamentar na eleição de 7 de março, com 91 deputados, mas não conseguiu atrair outros grupos para criar uma maioria absoluta.

A coalizão Estado de Direito elegeu 89 deputados. Depois da eleição, o grupo de Maliki se fundiu com a ANI, formando um partido chamado Aliança Nacional, com 159 deputados. Mas parte da bancada recusou-se a apoiar a recondução de Maliki, lançando como alternativa a candidatura do vice-presidente Adel Abdul-Mahdi.

Não ficou claro como os dois blocos vão tentar buscar um consenso em torno de Maliki ou Abdul-Mahdi nos próximos cinco dias.

Nassar Rubaie, parlamentar ligado ao clérigo xiita Moqtada al Sadr, disse que, quando o candidato da Aliança Nacional tiver sido definido, a coalizão irá buscar o apoio de outras facções para um governo de "unidade nacional".

Mas Salman al Jumaili, membro dos altos escalões do partido Iraqiya, disse que seu grupo não irá participar de um governo "que adote o sectarismo como princípio".

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