O Peru começou a última semana antes da eleição presidencial em meio a temores de novas ondas de violência entre os militantes do ex-presidente Alan García e do nacionalista Ollanta Humala, enquanto uma pesquisa de intenção de voto mostrou uma redução na diferença entre os rivais.
Várias sondagens de opinião mostraram que García, cujo governo entre 1985 e 1990 terminou em uma severa crise econômica, ganharia com pelo menos 55% dos votos. Humala, um militar retirado que recebeu respaldo político do presidente venezuelano, Hugo Chávez, venceu o primeiro turno.
No entanto, o instituto Apoyo também realizou uma simulação, em que pediu para que os eleitores votassem secretamente. Nesta modalidade, a vantagem de García diminuiu para 52%. Humala obteria 48%. O resultado lançou nesta segunda-feira um certo nervosismo no mercado.
O ministro da Defesa, Marciano Rengifo, pediu à população para evitar confrontos entre seguidores de García e Humala e anunciou que nos próximos dias vai deslocar as Forças Armadas para garantir a ordem no dia das eleições.
- Há a preocupação de que um resultado apertado gere uma série de protestos - declarou Rengifo, após se reunir com o chefe da missão de observadores da Organização Estados Americanos (OEA), Llyod Axwhorty.
Na semana passada, houve um confronto entre militantes de García e Humala na cidade de Cusco, no sudeste do Peru, que deixou seis feridos, três deles baleados.
O episódio ocorreu pouco depois de o candidato nacionalista alertar para uma suposta tentativa de fraude na eleição, o que foi negado por García.
- García é demagogo, populista e não mudou nada. Continua sendo um irresponsável que tenta agradar a todos para ganhar votos - afirmou Humala, à rádio RPP.
Já o ex-presidente disse que Humala dará "golpes baixos" contra ele nos próximos dias, como a divulgação no fim de semana de um áudio que supostamente vincularia um dirigente do partido de García ao ex-chefe de inteligência Vladimiro Montesinos, preso por corrupção.
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