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Tzipi Livni (centro), o prêmie Ehud Olmert (esq.), e o ministro da Defesa Ehud Barak (dir.), aguardam o início do discurso de Shimon Peres no Parlamento | David Silverman/Reuters
Tzipi Livni (centro), o prêmie Ehud Olmert (esq.), e o ministro da Defesa Ehud Barak (dir.), aguardam o início do discurso de Shimon Peres no Parlamento| Foto: David Silverman/Reuters

A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, assistiu a uma virada de tendência desde que no mês passado se tornou líder de seu partido, o Kadima (atualmente no governo), e poderia agora vencer a oposição direitista nas urnas, mostraram pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (27).

Duas enquetes publicadas por jornais um dia depois de Livni ter abandonado os esforços para formar uma nova coalizão de governo e ter recomendado o presidente do país a convocar eleições parlamentares mostraram que o Kadima venceria por uma pequena diferença de votos o Likud, partido do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - uma reviravolta em relação aos números de pesquisas divulgadas em agosto.

Os membros do Kadima atribuíram à imagem da ministra - considerada uma dirigente livre da mácula da corrupção - os ganhos em popularidade. Mas poucos pareciam confortáveis com ir às urnas tão cedo sob o comando de uma líder nomeada há tão pouco tempo.

"Acho que não queríamos uma eleição. Queríamos continuar com a configuração política atual", disse o ministro israelense do Meio Ambiente, Gideon Ezra, do Kadima, à Rádio do Exército de Israel.

"Mas esta é a nossa realidade", afirmou. "Esperamos ser capazes de formar um governo ainda mais estável depois da eleição."

Enquanto Israel concentra-se na escolha de um novo governo, parecem ser poucas as chances de que haja avanços no lento processo de paz patrocinado pelos EUA e realizado com os palestinos. O governo norte-americano esperava obter ao menos um projeto de acordo antes do final do ano.

O Kadima perdeu força devido à guerra no Líbano em 2006 e a uma série de escândalos de corrupção que obrigaram o primeiro-ministro Ehud Olmert a renunciar. Olmert continua no cargo em caráter interino, e Livni substitui-o na liderança do partido no dia 17 de setembro.

O presidente de Israel, Shimon Peres, deve dizer ao Parlamento ainda nesta segunda-feira que uma nova coalizão de governo não poderá ser formada, dando início assim aos preparativos para a próxima eleição, prevista para ocorrer no final de janeiro ou em fevereiro.

A pesquisa do jornal Yedioth Ahronoth previu que o Kadima ficaria com 29 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento) - mantendo a bancada atual - ao passo que o Likud ficaria com 26 (contra 12 hoje). O Partido Trabalhista, do ministro da Defesa do país, Ehud Barak, maior aliado de Olmert no governo atual, elegeria 11 parlamentares (contra 19 agora).

Uma pesquisa semelhante divulgada pelo Maariv previu que o Kadima, o Likud e os trabalhistas conquistariam respectivamente 31, 29 e 11 cadeiras.

Os resultados contrariam as enquetes anteriores, segundo as quais Netanyahu, cuja popularidade aumentou devido aos problemas de segurança enfrentados por Israel, venceria facilmente as próximas eleições.

Yuval Steinitz, parlamentar do Likud e aliado de Netanyahu, descreveu as pesquisas mais recentes como tendenciosas.

"As enquetes que eu vi mostram o Likud vencendo por seis a sete cadeiras, apesar de isso ainda não ser suficiente", afirmou à Reuters.

O Kadima pode ter de enfrentar, nas urnas, também seus aliados trabalhistas.

Barak, apesar de haver anunciado sua disposição em dar apoio a um governo liderado por Livni, disse na segunda-feira ter confiança na sua capacidade de vencer tanto a chanceler quanto Netanyahu.

"Acho que os cidadãos de Israel saberão, no dia em que depositarem seu voto nas urnas, diferenciar entre uma circunstância passageira e uma liderança real, eleita, que sabe como enfrentar os desafios com que Israel se depara," afirmou à Rádio Israel o líder trabalhista, ele também um ex-premiê.

A pesquisa do Yedioth entrevistou 500 pessoas e possui uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais. A do Maariv falou com 900 pessoas e não divulgou sua margem de erro.

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