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O governo chileno havia anunciado que estava preparando o melhor censo da História do país. No entanto, o levantamento deixou de lado cerca de 9% de sua população, gerando uma onda de críticas que fez o presidente Sebastián Piñera pedir desculpas públicas nesta quinta-feira (8). A três meses das eleições presidenciais, o erro levou o diretor do Instituto Nacional de Estatística (INE) a deixar o cargo e forneceu munição à candidata da oposição Michelle Bachelet, que se comprometeu a realizar uma nova consulta se for eleita.

Na tentativa de remediar as falhas no censo de 2012, que custou US$ 30 milhões, o governo solicitou uma revisão do levantamento. Um informe da Comissão Revisora, divulgado na quarta-feira, mostrou que 9,3% da população não teriam sido computados - "média três vezes acima dos censo recentes de outros países da região", destaca o informe. A comissão recomendou que os índices obtidos não sejam usados em políticas públicas.

"Todos os censos têm omissões, mas este foi além do recomendado. Foram cometidos erros e quero pedir humildemente o perdão dos chilenos", disse o presidente no Palácio La Moneda. "Estamos longe de ocultar ou varrer os erros para debaixo do tapete", afirmou.

Segundo o censo de 2012, o Chile tem 15,7 milhões de habitantes, quando a projeção do próprio INE para aquele ano seria de 17,3 milhões. Para a Comissão Revisora, podem ter ocorrido erros e um sublevantamento devido a ausência de moradores no momento da consulta, áreas deixadas de fora da pesquisa ou classificadas erroneamente como desocupadas.

O governo pediu a opinião de um grupo de especialistas internacionais, enquanto avalia se pode melhorar os procedimentos do censo e realizar entrevistas com a população que foi ignorada no primeiro levantamento. Se a solução não for possível, uma nova pesquisa, mais breve, terá que ser feita.

A polêmica ocorre no meio da campanha presidencial, na qual a ex-ministra do Trabalho e candidata do governo, Evelyn Matthei, busca ganhar espaço na corrida que é comodamente liderada pela ex-presidente socialista Michelle Bachelet. Sobre o caso, a candidata da oposição afirmou que há problemas em várias instituições do governo e prometeu que, se for eleita no pleito de 17 de novembro, realizará um censo completamente novo.

"O que importa é fazer um novo censo, que se corrijam as debilidades, a metodologia se for o caso, e o meu compromisso é levá-lo adiante se for eleita", afirmou. - O que vou fazer é olhar as tarefas que tenho pela frente e reforçar as instituições relacionadas a elas. Não vou colocar a culpa em ninguém.

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