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Corpos de parte dos estudantes desaparecidos chegam para a perícia em Iguala, no México | EFE/José Méndez
Corpos de parte dos estudantes desaparecidos chegam para a perícia em Iguala, no México| Foto: EFE/José Méndez

Dois pistoleiros do crime organizado confessaram ter matado 17 dos 43 estudantes desaparecidos há uma semana no Sul do México, informou no domingo o promotor estadual de Guerrero. Segundo Iñaky Blanco, os alunos estariam enterrados em uma fossa comum encontrada no sábado e "manifestaram ter participado diretamente do homicídio dos estudantes". As autoridades mexicanas suspeitam da participação da polícia local no crime.

Os 43 estudantes Universidade Rural para Normalistas desapareceram há uma semana, após uma violenta repressão policial a protestos no município de Iguala, da qual participaram membros do cartel de drogas "Guerreiros Unidos". De acordo com Blanco, os pistoleiros pararam um ônibus e fizeram descer 17 estudantes, que foram levados para um local onde há fossas comuns e executados.

O promotor revelou que nessas fossas foram encontrados 28 corpos, sendo que alguns deles estão carbonizados e divididos em partes, mas ressaltou que os trabalhos de identificação para saber se os corpos são dos estudantes desaparecidos podem demorar de 15 dias a até dois meses. Os restos mortais estavam em galhos e troncos, e encharcado com substâncias inflamáveis ??que poderiam ser diesel ou gasolina, disse Blanco.

Os dois homens revelaram que a ordem para reprimir os estudantes partiu do secretário de Segurança Pública de Iguala. O líder dos "Guerreiros Unidos", conhecido como ""El Chucky", teria ordenado a captura e as mortes. O secretário de Segurança e o prefeito de Iguala estão foragidos e são procurados pela polícia federal.

Cerca de 22 policiais, incluindo o secretário foram presos por envolvimento com a violência do protesto de 26 de Setembro, que deixou seis mortos e 25 feridos. Branco disse que também foi preso membros da Guerreiros Unidos. Os jovens protestavam contra a discriminação que dizem sofrer por parte do governo de Guerrero na distribuição de vagas nas escolas urbanas quando foram reprimidos com violência.

Autoridades de segurança disseram acreditar que as vítimas foram levadas para o fim de uma estrada e, em seguida, caminharam até uma rampa e foram executados e enterrados em seis valas comuns. A informação que levou à descoberta das covas, em parte, a partir dos interrogatórios policiais locais de detidos após confrontos em Iguala, disse o oficial de segurança.

Enquanto os agentes federais, polícia e Exército continuam recolhendo os corpos, familiares dos alunos desaparecidos realizaram no domingo uma manifestação para exigir informações sobre o paradeiro dos estudantes.

A descoberta dos corpos provoca pressão sobre o presidente Enrique Peña Nieto, que assumiu o cargo há dois anos prometendo acabar com a enorme violência gerada pelo tráfico de drogas e que já deixou cerca de cem mil mortos desde 2007. Embora o número de homicídios tenha caído, outros crimes como extorsão e sequestro aumentaram.

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