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Paramilitares montam guarda em frente do Grande Bazar, cenário dos confrontos étnicos que deixaram 184 mortos no ultimo dia 5, na cidade de Urumqi | Peter Parks/AFP
Paramilitares montam guarda em frente do Grande Bazar, cenário dos confrontos étnicos que deixaram 184 mortos no ultimo dia 5, na cidade de Urumqi| Foto: Peter Parks/AFP

Urumqi - Dois homens da etnia uigur foram mortos a tiros pela polícia chinesa, e um terceiro ficou ferido, ontem, nas ruas de um bairro muçulmano de Urumqi, capital da Província de Xinjiang (noroeste). Não há informações independentes que confirmam as circunstâncias das mortes.

De acordo com o governo de Urumqi, os três uigures estavam munidos de facões e bastões e tentavam agredir um quarto homem, também uigur, quando policiais intervieram para impedi-los. Já outra versão, relatada por testemunhas às agências de notícias Associated Press e France Presse, afirma que os baleados haviam atacado paramilitares, que, depois os perseguiram, os agrediram e abriram fogo contra eles.

A ocorrência de ontem fez aumentar a tensão na cidade que foi o principal palco dos confrontos entre chineses han e uigures, no dia 5 de julho, durante protestos que pediam a investigação das mortes de dois trabalhadores uigures assassinados em Cantão (sudoeste).

Segundo autoridades chinesas, o choque causou a morte de 184 pessoas – das quais 137 eram da etnia han (dominante na China). Outras 1.680 ficaram feridas.

As informações, porém, são contestadas por representantes do Congresso Mundial Uigur, entidade que representa a comunidade muçulmana da etnia no exterior, para quem o número de casos fatais é de cerca de mil – a maioria uigures.

Apesar do discurso propalado por Pequim, de que a vida em Urumqi está "voltando à normalidade’’, milhares de policiais e paramilitares ainda patrulhavam ontem as ruas da cidade. Estima-se que Pequim tenha 20 mil soldados na cidade.

Os uigures, que somam nove milhões e formam 45% da população de Xinjiang, têm se queixado da constante migração de chineses han para a província e também das restrições do governo de Pequim à religião islâmica. Eles acusam os chineses han de discriminação e o Partido Comunista de tentar extinguir o idioma e a cultura uigures. Já os chineses han, maior grupo étnico da China (formam 90% da população do país) dizem que os uigures são ingratos ao não reconhecerem o progresso econômico que eles levaram a Xinjiang.

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O conflito

O confronto entre uigures e chineses da etnia han aconteceu em Urumqi, capital da Província de Xinjiang, a 3.200 km de Pequim, no último dia 5. Segundo o governochinês, 184 pessoasmorreram.

Reação

O governo comunista enviou reforços de milhares de militares para a região.

O secretário-geral do Partido Comunista de Urumqi prometeu a pena de morte aos responsáveis pelos distúrbios.

Migração

A onda de violência é a face aparente de uma política deliberada de Pequim para povoar a Província de Xinjiang, dando incentivos a migrantes han se instalarem na região; há 30 anos, a população uigure da Província era 80% do total, hoje é de 45%.

Interesse

A região é economicamente importante para a China, pois é rica em recursos minerais e petrolíferos, e o governo teme movimentos separatistas, como ocorre no Tibete.

Fonte: da Redação com agências

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