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| Foto: REMY GABALDA/AFP

A polícia francesa disparou bombas de gás lacrimogêneo nos “coletes amarelos” que se manifestavam no centro de Paris neste sábado (8), no início de uma manifestação planejada contra o alto custo de vida sob o governo do presidente Emmanuel Mácron.

De acordo com o ministro do Interior, Laurent Nuñez, cerca de 31 mil membros dos coletes amarelos protestam em todo o país. Mais de mil pessoas foram detidas neste sábado até por volta das 11h30 (horário de Brasília). Foi o quarto dia consecutivo de manifestações desse coletivo antigoverno.

Em Paris, onde houve conflitos entre manifestantes e policiais, pelo menos 8 mil pessoas participavam dos protestos, e 575 foram detidas - dos quais 361 estão em prisão preventiva -, disse Nuñez à emissora France 2.

A atuação dos agentes antidistúrbio começou por volta das 9h (6h em Brasília), quando um grupo de manifestantes foi impedido de passar pela avenida Champs-Elysées a partir de um determinado ponto, perto do Palácio do Eliseu.

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Cerca de uma hora depois, os agentes utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar as dezenas de coletes amarelos que tentavam de entrar pela rua Arsène Houssaye, adjacente à Champs-Elysées.

Centenas de manifestantes estavam em volta do Arco do Triunfo, que foi desfigurado com grafites no último sábado, quando manifestantes também incendiaram carros e saquearam lojas.

“Faremos tudo que pudermos para que hoje possa ser um dia sem violência, para que o diálogo que começamos nesta semana possa continuar nas melhores circunstâncias possíveis”, disse o primeiro-ministro Edouard Philippe na televisão francesa.

Na terça-feira, Philippe anunciou que o governo suspenderia os aumentos planejados para os impostos de combustível por pelo menos seis meses para ajudar a neutralizar semanas de protestos.

Mais de 89 mil policiais foram mobilizados em toda a França neste sábado, cerca de 8 mil deles em Paris. “Preparamos uma resposta robusta”, disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, ao site de notícias online Brut. Ele pediu aos manifestantes pacíficos para não se misturarem aos “hooligans”.

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“Os encrenqueiros só podem ser eficazes quando se disfarçam de coletes amarelos. A violência nunca é uma boa maneira de conseguir o que você quer. Agora é hora de discutir”, disse ele.

“Se você não for agressivo, não seremos agressivos”, disse um policial mascarado enquanto um manifestante colocava flores amarelas de plástico em policiais.

Pela primeira vez em mais de 40 anos, as forças da ordem em Paris contam com 12 blindados que podem ser utilizados para atravessar barricadas.

A cidade se protegeu diante do temor da violência: estão fechados os principais museus e monumentos (como a torre Eiffel e o Louvre), diversas lojas de departamento e comércios, além de aproximadamente 40 estações de trem e metrô.

As ações dos manifestantes por toda a França começaram há três semanas, em razão do anúncio de que haveria aumento nos impostos sobre combustíveis, em especial do diesel. A medida, que iria passar a valer a partir de 1º de janeiro, foi adiada por Philippe, mas os protestos contra o governo continuaram.

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