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Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, assume segundo mandato em cerimônia em Taipei. Ao seu lado, o vice-presidente William Lai| Foto: Divulgação/Escritório Presidencial de Taiwan / AFP

Em um discurso de posse para seu segundo mandato nesta quarta-feira (20), a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse que não aceitará a política de "um país, dois sistemas", referindo-se à reunificação da ilha à China, como deseja o Partido Comunista Chinês.

"Ambos os lados têm o dever de encontrar uma maneira de coexistir em longo prazo e impedir a intensificação de antagonismos e diferenças", disse ela. "Aqui, quero reiterar as palavras 'paz, paridade, democracia e diálogo'. Não aceitaremos o uso da [política] 'um país, dois sistemas' pelas autoridades de Pequim para rebaixar Taiwan e prejudicar o status quo através do Estreito. Permanecemos firmes nesse princípio", continuou.

A China respondeu dizendo que Pequim "não deixará qualquer espaço para atividades separatistas pela independência de Taiwan", segundo noticiou a agência Reuters. Em um comunicado do escritório chinês sobre Assuntos de Taiwan, o governo de Xi Jinping disse que "a reunificação é uma inevitabilidade histórica do grande rejuvenescimento da nação chinesa". "Temos a firme vontade, total confiança e capacidade suficiente para defender a soberania nacional e a integridade territorial".

A China considera Taiwan uma de suas províncias e vê o governo de Tsai como separatista. Taiwan, por sua vez, se considera independente, tendo como nome oficial "República da China". A política "um país, dos sistemas" é aplicada em Hong Kong e Macau, porém, o governo de Xi Jinping vem tentando minar a autonomia das duas regiões nos últimos anos.

Disputa com os EUA

Os Estados Unidos não reconhecem formalmente Taiwan como um país, mas as duas nações são aliadas e parceiros comerciais, o que enfurece o governo central chinês. Taiwan, por exemplo, conta com a ajuda dos Estados Unidos para melhorar seu sistema de defesa nacional, comprando armas americanas.

Nesta terça-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, enviou felicitações a Tsai pelo início do segundo mandato como presidente de Taiwan.

"Os Estados Unidos há muito consideram Taiwan uma força para o bem no mundo e um parceiro confiável. O apoio a Taiwan nos Estados Unidos é bipartidário e unânime, como demonstrado pela recente promulgação da Lei Taipei [aprovada em 2019], que fortalece nosso relacionamento geral e apoia uma parceria econômica mais estreita", afirmou Pompeo, que finalizou dizendo que Taiwan é um exemplo do combate ao coronavírus e que a parceria entre os países continuará a florescer.

A declaração de Pompeo foi condenada pelos chineses. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que os cometários "constituem uma violação grave do princípio de 'uma única China'" e "uma séria interferência nos assuntos internos" do país.

"A China expressa forte indignação e condenação por tais medidas", afirmou o ministério chinês em nota divulgada nesta quarta-feira.

Os Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas com a China comunista em dezembro de 1978, em meio à Guerra Fria, reconhecendo o governo da República Popular da China como o único governo legítimo da China.

"Gostaríamos de alertar o lado norte-americano de que a 'independência de Taiwan' não ocorrerá. Conceder e apoiar tais forças está fadado ao fracasso", diz o comunicado, que também pediu para que o governo americano se retratasse. O Ministério das Relações Exteriores alertou que qualquer ação que prejudique os interesses centrais da China e interfira nos assuntos internos do país "irá enfrentar contramedidas vigorosas da China".

"A China tomará as medidas necessárias em resposta às práticas errôneas dos EUA e as consequências serão suportadas pelo lado americano", disse o porta-voz do ministério chinês, Zhao Lijian.

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