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Aníbal Cavaco Silva: reeleição do presidente confirma pesquisas de intenções de voto | José Manuel Ribeiro/Reuters
Aníbal Cavaco Silva: reeleição do presidente confirma pesquisas de intenções de voto| Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

Lisboa, Portugal - O presidente português de centro-direita Anibal Cavaco Silva foi reeleito no primeiro turno com mais de 53% dos votos, à frente do poeta socialista Manuel Alegre (19%), em eleições marcadas por uma abstenção recorde, segundo resultados oficiais com base em mais de 98% das circunscrições. Segundo estes resultados, publicados pelo Ministério do Interior, o índice de abstenção ficou entre 49% e 54%, o que representa um recorde em uma eleição presidencial desde a democratização do país, há 36 anos.

Fernando Nobre, presidente da ONG portuguesa Assistência Médica Internacional (AMI) e único candidato da sociedade civil, obteve quase 14% dos votos, superando o comunista Francisco Lo­­pes (mais de 7%), o deputado re­­gional da Ilha da Madeira José Manuel Coelho (mais de 4%) e De­­fensor Moura, um socialista dissidente (1,5%).

A eleição do presidente de Por­­tugal ocorre em meio a um pe­­río­­do de crise no país, que sofre com a falta de confiança dos in­­ves­­ti­­do­­res estrangeiros nas dívidas de eco­­nomias pequenas e altamente en­­dividadas da zona do euro. Para com­­bater esse sentimento, o go­­ver­­­­no português adotou uma sé­­rie de medidas com o intuito de conter os gastos públicos, que não foram bem recebidas pela população.

Em Portugal, o presidente não possui poderes executivos, mas pode dissolver o parlamento e convocar uma eleição geral se perceber que o país está seguindo o ru­­mo incorreto. Durante a campanha, Silva disse que Portugal ainda enfrenta a possibilidade de uma "crise grave", tanto em termos econômicos quanto políticos, e disse que estaria preparado para agir como instrumento de último recurso numa situação crítica.

Posteriormente, Silva disse possuir "pouco apetite" por uma dissolução do parlamento e afirmou que buscaria a estabilidade de Portugal. Analistas políticos, no entanto, ainda veem essa ameaça como algo concreto.

Poderes

O presidente reeleito só poderá dissolver o parlamento a partir de 9 de março, já que não pode exercer sua autoridade antes des­­se período por lei. O processo de desmonte e de convocação de uma nova eleição também pode levar vários meses, indicando que qual­­quer mudança no go­­verno não seria finalizada antes de meados deste ano.

Mesmo que seu partido esteja na oposição, a reeleição de Cavaco Silva para um cargo simbólico dá o impulso necessário ao governo de minoria socialista do primeiro-ministro José Sócrates.

O cargo de presidente é meramente protocolar, mas a vitória do centro-direitista Cavaco Silva po­­de reforçar as iniciativas do país para evitar um resgate econômico internacional e endurecer as me­­didas de austeridade fiscal, estratégias que o presidente apoia no combate à crise fi­­nanceira.

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