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O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, sancionou nesta quinta-feira emendas que alteram a lei eleitoral do país, informa a agência de notícias RIA Novosti da Rússia. A aprovação ocorre apenas três dias antes da realização do pleito.

A primeira-ministra da Ucrânia e candidata nas eleições de domingo, Yulia Tymoshenko, denunciou as emendas, que passaram pelo Parlamento com o apoio do partido de seu adversário, Viktor Yanukovych.

A principal alteração na lei eleitoral elimina a exigência de que estejam presentes representantes de ambos os candidatos no acompanhamento da apuração dos sufrágios nos postos de votação.

Pouco antes da sanção presidencial, a primeira-ministra deu a entender nesta quinta-feira que pretende pedir a seus partidários que façam protestos nas ruas caso perca o segundo turno das eleições presidenciais no domingo. Alguns analistas notam que a derrota dela parece cada vez mais provável.

Yulia disse que pretende utilizar "todos os meios", inclusive grandes protestos nas ruas, para combater o que ela qualifica como os planos de seus oponente, Viktor Yanukovych, de "falsificar a votação".

Yanukovych, candidato com forte apoio no Leste da Ucrânia, onde o idioma russo é predominante, disse que o chamado de Yulia Tymoshenko para que seus partidários protestem nas ruas é um "sinal de fraqueza". Ele acusou Yulia de recorrer a "mentiras e sujeiras".

Observadores da Organização para a Cooperação e a Segurança da Europa (OSCE, na sigla em inglês), que estão na Ucrânia para monitorar as eleições, ressaltaram que apenas as emendas não influenciarão nos resultados finais do sufrágio, se ambas as partes agirem em boa fé, como fizeram no primeiro turno, disputado em 17 de janeiro.

Tadeusz Iwinski, vice dirigente da missão observadora da Assembleia Parlamentar do Conselho Europeu, criticou as mudanças: "Certamente, essa mudança é contra as regras. É uma história sem fim, na Ucrânia, ter essas constantes mudanças na lei eleitoral. É um círculo vicioso e caótico".

Nesta quinta-feira, a primeira-ministra se disse preparada para fazer uma nova Revolução Laranja, como a ocorrida em 2004. Na ocasião, centenas de milhares de ucranianos foram às ruas, afirmando que a disputa eleitoral havia sido fraudada. Uma corte acabou ordenando a realização de uma nova eleição presidencial.

Analistas preveem, apesar disso, que as chances de haver grandes protestos são pequenas. Segundo eles, também, as chances de Yulia derrotar Yanukovych estão diminuindo. No primeiro turno, em 17 de janeiro, observadores independentes afirmaram que a eleição foi justa e transparente, diferentemente do denunciado por eles em 2004.

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