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O novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, estendeu a mão aos Estados Unidos na terça-feira (6), gerando a expectativa de solução de um impasse nuclear que já dura anos.

Rouhani, visto no Ocidente como um político relativamente moderado, disse em sua primeira entrevista coletiva desde a posse, no domingo, que está "seriamente determinado" a resolver a disputa, e disposto a participar de negociações "sérias e substanciais".

A expectativa de uma solução diplomática para a questão nuclear cresceu com a vitória de Rouhani sobre rivais conservadores, na eleição presidencial de junho. Ele substitui o radical Mahmoud Ahmadinejad.

Países ocidentais e Israel há anos suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã insista no caráter pacífico do seu programa atômico.

Rouhani disse que o Irã não abandonará as atividades nucleares, as quais serão mantidas "com base no direito internacional".

"Não vamos abrir mão do direito da nação", disse o presidente, de 64 anos. "No entanto, somos a favor de negociações e interação. Estamos preparados, seriamente e sem perda de tempo, para entrar em negociações que sejam sérias e substanciais com o outro lado", disse.

"Se a outra parte estiver preparada como estamos, então estou confiante de que as preocupações de ambos os lados serão removidas por meio de negociações dentro de um período que não seja muito longo."

Suas declarações devem reforçar o clima de otimismo cauteloso no Ocidente. Negociações do Irã com cinco potências mundiais -Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha- foram realizadas pela última vez em abril, sem resultarem em avanços.

Depois da vitória eleitoral de Rouhani, os Estados Unidos disseram que seriam um "parceiro disposto" se o Irã levar a sério a busca por uma solução pacífica para a crise.

Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado, disse que a entrevista da terça-feira "representa uma oportunidade para que o Irã aja rapidamente" no sentido de resolver a crise, mas "há passos que precisam ser tomados para cumprir as obrigações internacionais e encontrar uma solução pacífica para essa questão, e a bola está na quadra deles".

O Irã já sofreu várias sanções internacionais devido à sua recusa em abandonar as atividades de enriquecimento de urânio, que podem gerar material para fins civis ou militares. EUA e Israel não descartam uma ação militar para acabar com o programa nuclear iraniano.

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