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O primeiro-ministro peruano Jorge del Castillo (centro) oferece renúncia junto com os ministros de Alan García, após vir à tona escândalo de corrupção | AFP/Andina
O primeiro-ministro peruano Jorge del Castillo (centro) oferece renúncia junto com os ministros de Alan García, após vir à tona escândalo de corrupção| Foto: AFP/Andina

Sendero Luminoso mata 19 em emboscada

Doze militares e sete civis morreram em uma emboscada realizada com explosivos instalados por supostos rebeldes do Sendero Luminoso, em uma zona de serra do sudeste do Peru. As Forças Armadas peruanas confirmaram as mortes ontem.

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Lima - O presidente do Peru, Alan García, aceitou na noite de ontem a renúncia de todo o seu gabinete ministerial. Os 16 ministros haviam colocado seus cargos à disposição na noite de quinta-feira, motivados por um esquema de corrupção que envolve o favorecimento ilícito na concessão de cinco campos de petróleo no país à companhia norueguesa Discover Petroleum.

O chefe de gabinete, o primeiro-ministro Jorge Del Castillo, foi quem comunicou o pedido de renúncia. Os ministros foram até o Congresso tentar explicar aos parlamentares a versão dos fatos sobre o escândalo – que envolve nomes do Ministério, inclusive o de Del Castillo – a partir do ponto de vista do governo. A oposição no Congresso, no entanto, barrou a tentativa de explicações e disse que só ouviria os ministros na próxima terça-feira, quando a crise provocada pelo escândalo será discutida no Parlamento.

"Rechaçamos taxativamente qualquer insinuação e não aceitamos imputações sem fundamento nem provas, baseadas somente em especulações de pessoas que não respeitam a lei", disse o primeiro-ministro ao anunciar o pedido de renúncia.

Del Castillo é acusado de participação nas fraudes de licitação com García Rómulo León, ex-ministro do primeiro mandato de García (1985–1990); e Alberto Quimper, destituído esta semana da direção da estatal Perúpetro, segundo gravações de áudio reveladas pela imprensa local. Eles estariam envolvidos na cobrança de grandes somas de dinheiro para favorecer a Discover Petroleum.

Del Castillo admitiu ter se reunido no início do ano com León e com Fortunato Canaán, representante da Discover, dizendo que os recebeu como recebe muitos empresários estrangeiros, mas negou ter atuado em favor da companhia norueguesa. Segundo ele, sua gestão e a de seu gabinete têm sido limpas e transparentes e não podem ser manchadas pela atitude de dois ou três políticos de má-fé.

Na segunda-feira, García suspendeu os cinco contratos para exploração de petróleo com a empresa norueguesa. Ontem, a Discover Petroleum Internacional (DPI) informou que porá fim a suas operações no Peru. Em nota divulgada pela emissora de rádio peruana RPP Noticias, a empresa diz desconhecer qualquer ato de corrupção, assinalando ter sido vítima de uma tentativa de fraude por seus assessores no Peru, que não havia prosperado. O comunicado foi emitido pela sede central da empresa na Noruega tendo sido assinado pelo presidente da companhia, Jostein Kjarstad, assinalou a rádio.

Futuro

No pronunciamento em que aceitou a renúncia da totalidade de seus ministros, García não falou sobre os novos indicados aos cargos. O presidente elogiou todos os funcionários. "Saúdo o gesto político nobre do gabinete, que optou por renunciar. Este gabinete apresentou sua renúncia para não ser um obstáculo e cumpriu assim com seu desejo patriótico", disse ele, segundo o jornal peruano El Comércio. "A vida me ensinou que dá muitas voltas e as pessoas boas sabem reconhecer as coisas. Sabem quem trabalhou por elas e serviu com grandeza o Peru".

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