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Crise desde o fim do apartheid culminou com a renúncia de Mbeki: Motlanthe foi eleito em votação secreta e mandato dura até a eleição geral em 2009 | Mike Hutchings / Reuters
Crise desde o fim do apartheid culminou com a renúncia de Mbeki: Motlanthe foi eleito em votação secreta e mandato dura até a eleição geral em 2009| Foto: Mike Hutchings / Reuters

Kgalema Motlanthe tomou posse nesta quinta-feira (25) como presidente interino da África do Sul, prometendo manter as políticas de livre-mercado do seu antecessor Thabo Mbeki, que renunciou em meio à pior crise desde o fim do apartheid.

O ex-sindicalista Motlanthe imediatamente confirmou no cargo o respeitado ministro das Finanças, Trevor Manuel, que nesta terça-feira (23) havia abalado os mercados ao apresentar sua renúncia. O ministro das Minas, Buyelwa Sonjica, também foi reconduzido.

Motlanthe, vice-líder do partido Congresso Nacional Africano (CNA), só fez uma alteração na equipe econômica, substituindo Alec Erwin por Brigitte Mabandla como ministro da Iniciativa Pública, responsável pela combalida empresa do setor elétrico Eskom.

O presidente foi eleito pelo Parlamento com ampla margem, em votação secreta, para um mandato que dura apenas até a eleição geral de 2009, na qual o dirigente partidário Jacob Zuma é o amplo favorito.

O CNA retirou seu apoio a Mbeki no sábado, depois que um juiz sugeriu que ele havia interferido num processo de corrupção contra Zuma, seu arqui-rival, que o derrotara em dezembro passado numa eleição interna.

Em seu discurso de posse, Motlanthe também salientou o desejo de manter as políticas de Mbeki, em cujo governo a África do Sul viveu o mais longo período de prosperidade da sua história.

"Continuaremos fiéis às políticas que mantiveram a África do Sul estável e que garantiram um crescimento sustentado", disse o novo presidente, prometendo no entanto medidas para acelerar o crescimento e gerar empregos, de modo a "garantir que os benefícios do crescimento sejam igualmente compartilhados por todo o nosso povo".

A incapacidade de melhorar a vida dos mais pobres foi um fator preponderante para a impopularidade de Mbeki junto à ala esquerdista do CNA. Na terça-feira, um terço dos ministros renunciou por lealdade ao ex-presidente, demonstrando que o partido vive a maior cisão da sua história.

Motlanthe, um discreto intelectual de esquerda e aliado de Zuma, enfrenta enormes desafios, como conter a desaceleração econômica e a alta da inflação.

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