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Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (centro) participa de cerimônia em Teerã: presidente reeleito vai visitar Brasil | Yalda Moaiery / Reuters
Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (centro) participa de cerimônia em Teerã: presidente reeleito vai visitar Brasil| Foto: Yalda Moaiery / Reuters

O governo iraniano quer marcar o mais rápido possível a vinda ao Brasil do seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad, de preferência ainda este ano. Os contatos entre os dois ministérios das Relações Exteriores continuam sendo feitos, mas o Brasil prefere esperar pela nova posse do presidente iraniano, marcada para o início de agosto. O governo do Irã chegou a cogitar a hipótese de que a visita fosse marcada mesmo antes da nova posse, mas o Ministério das Relações Exteriores brasileiro prefere esperar, já que o atual chanceler iraniano, Manuchehr Mottaki, provavelmente não ficará no cargo.

A pressa teria como fundo uma tentativa de mostrar que o cancelamento da primeira visita, marcada para maio deste ano, não ocorreu por pressões externas, mas apenas por conta da disputada reeleição que Ahmadinejad estava enfrentando. A preocupação, no entanto, é iraniana, não brasileira.

Fontes do Itamaraty também explicam que o Irã quer abrir mais o caminho na América Latina e, apesar das boas relações com Venezuela, sabe que precisa do apoio do Brasil na região.

Em jantar na noite desta quinta-feira (22) em Brasília, o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, evitou criticar o Brasil por convidar Ahmadinejad para uma visita, mas deixou entrever a insatisfação por saber que o presidente iraniano deve mesmo vir ao País. "Claro que é escolha do Brasil convidar Ahmadinejad", disse, respondendo a uma pergunta durante jantar com diplomatas, jornalistas e parlamentares brasileiros. "Mas esse é um homem que toda semana nega o Holocausto, e a legislação brasileira diz que negar o Holocausto é crime", alfinetou.

Já a posição brasileira é de não ter pressa, apesar do convite a Ahmadinejad estar mantido. Não há restrições da diplomacia brasileira à visita do iraniano. No entanto, a agenda do presidente Lula está restrita até o final do ano. Em setembro, Lula participa da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. Em novembro, deve ir a Roma para a Cúpula do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e em dezembro, para o encontro de chefes de Estado sobre mudanças climáticas, em Copenhague.

O Itamaraty tenta, ainda, encontrar datas para uma vista do presidente ao Irã, em retribuição, e a Israel, ambas em 2010. No entanto, Lula já avisou que vai restringir a agenda externa no próximo ano por conta das eleições. Além disso, uma visita ao Oriente Médio não poderá incluir, no mesmo roteiro, os arqui-inimigos Israel e Irã, o que dificulta a negociação de datas.

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