
O presidente paraguaio, Fernando Lugo, destituiu nesta sexta-feira o comandante das Forças Armadas, dois dias depois de ter trocado os chefes das três Armas, em uma mudança que teria por objetivo assegurar-se da lealdade dos chefes militares.
Antes das alterações, Lugo alertou para a existência de "bolsões golpistas" entre os militares que poderiam ser manipulados por políticos de oposição para causar instabilidade. Segundo analistas, essas declarações provocaram desconforto entre os militares.
Como comandante-em-chefe das Forças Armadas, Lugo decidiu que o general Oscar Velázquez, destituído na quarta-feira da chefia do Exército, seja nomeado comandante da Forças Militares, no lugar do contra-almirante Cíbar Benítez.
O cargo é o de maior hierarquia nas Força Armadas e a decisão ocorre num momento em que Lugo, um ex-bispo católico de ideias socialistas e escassa trajetória política, enfrenta a pressão da oposição, que controla o Congresso e o acusa de não ter um rumo claro para sua gestão.
"Isto é uma manobra para ir formando um quadro de oficiais que tenham sua simpatia e tenham lealdade pessoal... Ele preparou a saída dessas pessoas e a referência aos bolsões foi para justificá-la", disse o deputado de oposição Sebastián Acha.
O ex-comandante das Forças Militares Eduardo González Petit declarou que a medida "desconcertou" tanto a civis como aos militares e que as declarações de Lugo semearam dúvidas sobre a institucionalidade das Forças Armadas, que procuram deixar para trás seu passado golpista.
Na quarta-feira, um dia depois de ter descartado a possibilidade de um golpe de Estado, Lugo trocou os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea, depois de circularem versões de que oficiais sob o comando deles se haviam reunido com políticos.
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