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O presidente do Paquistão Pervez Musharraf disse nesta quarta-feira que seu país está em "guerra frontal" contra as forças extremistas muçulmanas que realizaram sangrentos atentados suicidas nos últimos dias, mas descartou a possibilidade de declarar estado de emergência.

O chefe de Estado paquistanês e também chefe das Forças Armadas, se contentou em anunciar o envio, antes do fim do ano, de cerca de 30.000 policiais e paramilitares às zonas tribais, em reforço aos 80.000 a 90.000 soldados já presentes na região.

"Estamos diante de um combate frontal direto com as forças extremistas. Devemos atacar o problema na base, aí onde aqueles que cometem atentados suicidas têm suas raízes", explicou Musharraf aos jornalistas.

"Temos boas informações sobre quem está atrás de tudo isto (...) temos que atacar àqueles que organizam" os atentados, completou o general Musharraf, que descartou, contudo, a imposição do estado de emergência ou a suspensão das eleições legislativas.

Musharraf garantiu que as eleições legislativas, programadas para o final do ano ou para o começo de 2008, acontecerão no calendário previsto.

Os Estados Unidos multiplicaram nos últimos dias suas declarações, algumas vezes em tom ameaçador contra o Paquistão, um de seus principais aliados na guerra contra o "terrorismo islâmico".

Os americanos estão certos de que os talibãs afegãos e os militantes da Al-Qaeda reconstituíram suas forças nessa zona, mantidos pelos fundamentalistas paquistaneses, que nos últimos dias lançaram uma série de atentados suicidas causadores, pelo menos, de 91 mortes, principalmente soldados e policiais.

No último ataque, nesta quarta-feira, pelo menos 34 pessoas morreram - 17 militares e outros 17 militantes islâmicos - em confrontos armados no noroeste do Paquistão, nas proximidades da fronteira com o Afeganistão, informou o exército.

Estes ataques foram realizados depois de que certos líderes militantes pró-talibãs, assim como também o número dois da Al-Qaeda, Ayman Al Zawahiri, pediram a vingança pelo assalto militar da Mesquita Vermelha dias antes, no qual morreram 75 militantes islâmicos.

Na tarde de terça-feira, um atentado suicida em pleno centro da capital matou, pelo menos, 17 pessoas em Islamabad, em um comício da oposição ao general Pervez Musharraf.

As autoridades atribuíram rapidamente este atentado aos fundamentalistas, mas uma parte da oposição, formada tanto por partidos laicos como religiosos, via nesta quarta-feira, por trás destes acontecimentos, a mão dos poderosos serviços de inteligência para justificar a permanência do general Musharraf no poder.

Até o momento, não só os Estados Unidos, mas também o governo afegão, repreenderam ao chefe de Estado por não lutar contra os militantes fundamentalistas em seu país.

Nas regiões tribais, "a Al-Qaeda conservou ou reconstituiu elementos essenciais de sua capacidade de ataque contra o território americano", assim como "uma base, oficiais operacionais e sua direção", afirmava na terça-feira um informe dos serviços de inteligência americanos.

"Uma ação militar é necessária", declarou em seguida o secretário de Estado adjunto para a Ásia, Richard Boucher.

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