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O presidente russo, Dmitry Medvedev, chegou nesta quinta-feira (27) a Cuba, país que foi aliado de Moscou na Guerra Fria, como parte de uma viagem pela América Latina que inclui acordos militares, comerciais e energéticos na região.

Medvedev chegou a Havana depois de se reunir em Caracas com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e com outros dirigentes esquerdistas da região. Navios russos estão no Caribe realizando exercícios navais em conjunto com a Venezuela, e os dois líderes discutiram novos contratos para o fornecimento de armas ao país sul-americano.

Em Cuba, Medvedev deve prometer uma retomada da aliança com a ilha, abandonada com o colapso da União Soviética. Empresas russas já se mostraram interessadas em prospectar petróleo na costa cubana, e também há negociações em torno de uma cooperação na defesa do espaço aéreo.

Sem a marca ideológica do passado, são os aspectos comerciais que mais interessam aos dois países.

Medvedev é o primeiro líder russo a visitar Havana desde que seu antecessor Vladimir Putin desativou a base russa de inteligência de Lourdes, em 2001. Na atual conjuntura, segundo analistas, o regime comunista cubano deve adotar uma atitude pragmática nas suas relações com Moscou, já que o presidente-eleito dos EUA, Barack Obama, prometeu reverter algumas sanções impostas à ilha.

"Mesmo com as diferenças da Rússia com os Estados Unidos, não estão interessados em piorar as relações", disse Vadim Teperman, do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências Russas. "Cuba está esperando algumas mudanças positivas de Obama, prometidas durante sua campanha."

Recentemente, Cuba recebeu a visita o presidente chinês, Hu Jintao, que ofereceu prazos mais generosos no pagamento de dívidas e firmou acordos de cooperação bilateral.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, deve visitar a Rússia no ano que vem, e Moscou sugere que Washington suspenda o embargo econômico que mantém contra a ilha desde 1962.

Moscou foi o principal patrocinador da economia cubana durante a Guerra Fria, e o colapso da União Soviética, em 1991, abateu a economia da ilha. O distanciamento se agravou depois que Putin fechou a base de Lourdes, meses depois de fazer uma visita ao país. A decisão privou Cuba de uma importante fonte de renda.

A visita a Havana tem forte simbolismo e pode incomodar a Casa Branca, em um momento em que as relações bilaterais já estão afetadas pelos planos norte-americanos de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu - o que Moscou considera como uma ameaça à sua soberania - e pela guerra de agosto entre a Rússia e a Geórgia, aliada do Ocidente.

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