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O presidente da Guiné, Moussa "Dadis" Camara, foi baleado ontem durante uma tentativa de assassinato. Em seguida, ele foi levado para Marrocos, onde receberá atendimento médico. Esta é a primeira vez que o presidente deixa o país depois que assumiu o cargo. Segundo o governo, Camara foi baleado por Abubakar "Toumba" Diakite, comandante da guarda presidencial. As desavenças entre os dois começaram em setembro, depois de um massacre no qual integrantes da guarda presidencial assassinaram pelo menos 157 civis desarmados durante uma manifestação pró-democracia.

Idrissa Cherif, ministro das Comunicações de Guiné, disse que Camara "está falando e andando e passa bem", mas, segundo relatos, o presidente guineano teria sido alvejado na cabeça na tentativa de assassinato ocorrida ontem. Cherif negou esses relatos e disse que "tudo está sob controle".

Um funcionário público, que falou sob condição de anonimato por não ser autorizado a falar com a mídia, disse que havia falado com membros do Exército, que confirmaram que Camara estava em condição grave por causa do ferimento na cabeça. Um diplomata aposentado, que também pediu para não ser identificado, disse que ele igualmente havia falado com auxiliares do presidente, que confirmaram que a cabeça de Camara estava sangrando.

O fato de o presidente ter deixado o país africano levanta especulações sobre a seriedade dos ferimentos, já que ele nunca ousou sair da Guiné desde que chegou ao cargo. Ele quase saiu em diversas ocasiões, mas cancelava no último minuto por temer um contragolpe. A agência de notícias oficial de Marrocos informou, esta tarde, que Camara já havia chegado a Rabat.

Camara foi baleado enquanto estava em um acampamento militar de centenas de homens sob controle de Toumba, disse Cherif. Ele havia seguido para o Campo Koundara para confrontar Toumba após o comandante ter ido a um posto da polícia na cidade e liberado funcionários leais a ele, mas que haviam sido presos a pedido de Camara, informou Cherif. O atentado de ontem ocorreu quase um ano após Camara ter chegado ao poder por meio de um golpe, informou uma autoridade do governo.

Cherif se recusou a informar quantas pessoas haviam sido presas na investigação em andamento. Ele confirmou que Toumba ainda estava solto, assim como um contingente de seus homens. Acredita-se que membros da junta, incluindo Toumba, lideram exércitos privados que são fiéis apenas a eles.

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