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O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, qualificou nesta segunda-feira de crime contra a humanidade o recente bombardeio norte-coreano contra uma ilha do Sul, e disse que seu país vai retaliar em caso de novas provocações.

Criticado internamente pela reação hesitante ao ataque da semana passada, Lee fez seu primeiro pronunciamento público sobre o assunto enquanto embarcações militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos participavam de manobras militares conjuntas na região, que são motivo de preocupação na China e provocaram ameaças de guerra total por parte da Coreia do Norte.

"A Coreia do Norte pagará um preço no caso de novas provocações", disse Lee. "Atacar civis militarmente é um crime desumano, que é rigidamente proibido num momento de guerra (...). Agora é hora de demonstrar ação, e não de proferir cem palavras."

Escaramuças na costa oeste da península coreanas são relativamente comuns, mas o bombardeio de terça-feira foi o primeiro ataque a uma zona residencial nas últimas décadas. Dos quatro mortos, dois eram civis.

O incidente mergulhou a região no seu momento de maior tensão nos últimos 20 anos, mas especialistas acham improvável que ocorra uma guerra total.

A agência de avaliação de riscos Moody's Investors Service disse que a incerteza já foi levada em conta nas notas de crédito da Coreia do Sul, e que os recentes incidentes não devem afetar imediatamente a avaliação.

Tecnicamente, as duas Coreias continuam em guerra, pois o conflito de 1950-53 terminou apenas com um armistício, e não com um tratado de paz.

A China, pressionada a controlar a Coreia do Norte, sua aliada, propôs reuniões de emergência para tratar da situação.

EUA e Japão reagiram com cautela, dizendo que consultariam a Coreia do Sul sobre essa possibilidade. O governo sul-coreano disse que sentar para conversar com a Coreia do Norte seria na prática recompensar o mau comportamento desse país.

Uma fonte oficial norte-coreana também manifestou ceticismo com a proposta chinesa, segundo a agência japonesa de notícias Kyodo. Sob anonimato, esse funcionário disse que o diálogo deveria partir dos países "responsáveis" pelo impasse.

Também nesta segunda-feira o jornal The New York Times noticiou que o site WikiLeaks tem em seu poder comunicações diplomáticas dos EUA mostrando que funcionários norte-americanos e sul-coreanos discutiram sobre as perspectiva de uma Coreia unificada.

A Coreia do Sul teria cogitado concessões comerciais à China para convencer Pequim a aceitar a reunificação coreana, segundo relato do embaixador norte-americano em Seul, citado pelo jornal.

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