• Carregando...
 | Max Rossi/Reuters
| Foto: Max Rossi/Reuters

"A paz não se consegue facilmente. Precisamos lutar com todas as nossas forças para chegar a ela, para consegui-la em breve, inclusive se para isso forem exigidos sacrifícios ou compromissos. Para que verdadeira paz possa se transformar em nossa herança rapidamente."

Shimon Peres, presidente de Israel

"Os filhos estão cansados e esgotados pelos conflitos e com vontade de chegar aos alvores da paz. Todos pedem a queda dos muros da inimizade e que seja tomado o caminho do diálogo e da paz para que o amor e a amizade triunfem."

Papa Francisco

"A reconciliação e a paz são os objetivos dos palestinos. Que Palestina e Jerusalém, em particular, [sejam] uma terra segura para todos os que têm fé, e um lugar de oração e veneração para os seguidores das três religiões monoteístas."

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)

Prisioneiros

Projeto aprovado por israelenses ameaça negociações

Agência Estado

O gabinete de Israel aprovou ontem um projeto de lei que pode prejudicar futuras negociações de paz com os palestinos. Pela proposta, a Justiça israelense poderá vetar a libertação de palestinos condenados por assassinato.

A libertação de detentos tem sido fundamental nas conversas de paz entre Israel e Palestina e o grupo militante libanês Hezbollah.

Durante uma recente rodada de negociações, Israel libertou dezenas de prisioneiros palestinos que cumpriam penas por atentados com vítimas fatais. Os esforços de diálogo fracassaram após israelenses terem desistido de libertar um último grupo de detentos. Israel também tem feito trocas de prisioneiros por seus soldados.

O projeto de lei ainda precisa ser submetido ao Parlamento israelense.

Israel tem cerca de 5 mil palestinos encarcerados. Para a Autoridade Palestina, o destino desses detentos é uma questão profundamente emotiva já que eles são vistos como "combatentes pela liberdade".

Encontro

Autoridades do Vaticano têm reiterado que o papa não tem uma agenda política ao promover o encontro entre Shimon Peres e Mahmoud Abbas no Vaticano, mas apenas a vontade de reacender o desejo de paz entre os dois líderes. O encontro, porém, pode ganhar um significado que vai além do mero simbolismo.

Os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disseram ontem, diante do papa Francisco que estão preparados para buscar a paz no Oriente Médio o mais rápido possível. Este encontro sem precedentes entre o papa Francisco e os presidentes palestino e israelense para falar sobre a paz aconteceu em um cantinho dos Jardins Vaticanos, resguardado pela copa das árvores e com vista para a cúpula da Basílica de São Pedro.

A reunião de oração aconteceu após o convite do papa para irem à sua "casa" para rezarem pela paz, durante sua viagem à Terra Santa, entre 24 e 26 de maio.

Na cerimônia, judeus, cristãos e muçulmanos agradeceram pela criação, pediram perdão pelos pecados e, principalmente, invocaram a paz. Foram feitas leituras de salmos, da Bíblia, uma oração do rabino Nahman de Breslau, o "mea culpa" pronunciado em 2000 por São João Paulo II, um escrito de São Francisco de Assis e textos inspirados no Corão. Tudo isso somado a peças musicais criou uma atmosfera íntima para uma cerimônia histórica.

Francisco se dirigiu aos líderes para indicar-lhes que "os filhos estão esgotados pelos conflitos e com vontade de chegar aos alvores da paz". Ele afirmou que todos "pedem a queda dos muros da inimizade e que seja tomado o caminho da paz para que o amor e a amizade triunfem".

Em seu discurso, pronunciado em italiano, lembrou que filhos "caíram vítimas inocentes da guerra e da violência, plantas arrancadas em plena floração".

Aproximação

Além de palavras, Abbas e Peres tiveram gestos de aproximação como quando se cumprimentaram cordialmente na Casa Santa Marta, onde o papa Francisco os recebeu, e não hesitaram em irem juntos ao local da celebração. Em seguida plantaram juntos uma oliveira, a árvore símbolo da paz.

Após o encontro, os três se reuniram em particular na Academia Pontifícia das Ciências, a poucos passos do local da cerimônia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]