O regime de Nicolás Maduro acionou o governo brasileiro, nesta quarta-feira (31), por meio do embaixador venezuelano no país, Manuel Vadell, solicitando uma conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um aliado histórico.
De acordo com informações primeiramente divulgadas pelo Globo, o contato ainda não tem hora marcada, mas deve acontecer nesta quinta-feira (1º).
Segundo as fontes consultadas pelo jornal, Lula e Maduro poderiam ter se falado ainda nesta quarta-feira, mas a agenda do presidente brasileiro estaria cheia.
Lula ainda não reconheceu o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que deu vitória ao ditador chavista no dia da votação, no domingo (28). O governo brasileiro informou que aguarda a divulgação das atas eleitorais para então se posicionar.
O CNE ainda não exibiu as atas de votação para comprovar ou não a vitória de Maduro nas eleições e o site do órgão eleitoral segue fora do ar desde o último domingo. Segundo o CNE, Maduro teve 51% contra 44% de Ernesto González, principal candidato da oposição.
Na terça-feira (30), Lula se manifestou pela primeira vez sobre o pleito presidencial da Venezuela, afirmando que estava “convencido” de que o processo eleitoral na Venezuela foi “normal” e “tranquilo”.
Na ocasião, o petista defendeu a apresentação das atas eleitorais para “resolver a briga”, mas minimizou as suspeitas em torno da vitória do ditador Nicolás Maduro.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, outro aliado histórico de Maduro, questionou nesta quarta-feira (31) os resultados das eleições presidenciais na Venezuela, afirmando que existem “sérias dúvidas” a apuração do pleito. Ele pediu transparência eleitoral e que Maduro aceite o resultado, “seja qual for”.
Ainda nesta quarta, uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) exigindo que as autoridades da Venezuela divulgassem imediatamente as atas das eleições de domingo (28) não conseguiu obter o apoio necessário para ser aprovada depois que países como Brasil, Colômbia e México se abstiveram.
O documento ainda defendia a necessidade de uma verificação abrangente dos resultados a ser realizada na presença de organizações de observação independentes para garantir a transparência, a credibilidade e a legitimidade dos resultados.
O regime chavista exigiu que Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai retirassem “imediatamente” seus representantes diplomáticos do território venezuelano, em represália por terem expressado preocupação com os resultados divulgados pelo CNE.
O Palácio do Planalto foi demandado pela Gazeta do Povo sobre a questão. Ainda não houve retorno. A matéria será atualizada com a resposta.
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