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Professores mexicanos denunciaram nesta quinta-feira (26) o desaparecimento de 12 companheiros e o estupro de quatro mulheres após os choques ocorridos na terça-feira com os policiais no porto de Acapulco, quando uma pessoa morreu e 12 ficaram feridas. O integrante da comissão política da Coordenadoria Estadual de Trabalhadores da Educação do Estado de Guerrero (Ceteg) Manuel Salvador Rosas disse que o grupo prepara uma denúncia pelos casos.

“Agora não são apenas os 43 (desaparecidos na cidade de Iguala). Da repressão (de terça-feira) ainda temos 12 companheiros professores que não apareceram, não estão em suas casas e não estão detidos”, indicou à Rádio Fórmula. Sobre as mulheres estupradas, disse que estas foram detidas, colocadas em caminhonetes e abusadas sexualmente por membros da Polícia Federal em becos escuros. “Quatro professoras asseguram ter sido estupradas no momento da repressão”, afirmou o dirigente, que acrescentou que uma delas “ainda está internada no hospital”. Rosas também negou que a causa da morte do professor aposentado Claudio Castillo, de 65 anos, tenha sido atropelamento, como sustenta o governo federal, e insistiu que a vítima recebeu golpes de parte de agentes policiais.

Na terça-feira , após um bloqueio por várias horas da via que conduz rumo ao aeroporto de Acapulco e de um infrutífero diálogo com as autoridades, um grupo de manifestantes empurrou um ônibus contra a cerca de agentes federais que faziam a segurança do acesso ao terminal aérea.Os agentes responderam à agressão com o uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, o que derivou em um enfrentamento no qual os professores utilizaram paus, canos e pedras.

O delegado da Polícia Federal, Enrique Galindo, disse hoje que com o ônibus não somente os policiais foram agredidos, mas um grupo dos manifestantes no qual havia mulheres e crianças, e que é investigada se a morte de Castillo está vinculada com o fato. “O tipo de lesão mostrada nas autópsias tem a ver mais com um atropelamento do que com outro tipo de lesões”, insistiu Galindo, que indicou que entre os detidos está o motorista do ônibus.

Durante o enfrentamento foram detidos mais de 100 professores, dos quais 99 foram libertados na quarta-feira e oito foram postos à disposição do Ministério Público. A Ceteg realizou várias manifestações, algumas delas violentas, contra da reforma educativa promulgada em 2013, que eliminou privilégios dos agrupamentos gremiais. Além disso, a coordenadoria se somou aos protestos pelo desaparecimento dos 43 estudantes da escola de magistério da cidade de Ayotzinapa, no sulista estado de Guerrero, pelas mãos de policiais e membros do crime organizado, ocorrida em 26 de setembro de 2014 em Iguala (Guerrero).

A Ceteg faz parte dos grupos civis que participarão hoje das mobilizações que ocorrerão em todo o país pelos cinco meses do desaparecimento dos jovens. São “cinco meses de impunidade”, afirmou Rosas.

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