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A promotoria peruana encaminhou na segunda-feira à Suprema Corte do país um pedido formal para que o ex-presidente Alberto Fujimori seja condenado a 30 anos de prisão pela morte de 25 pessoas nos massacres de Barrios Altos e La Cantuta e pelo seqüestro de um jornalista e um empresário em 1992. O promotor José Peláez acusou o ex-governante de homicídio qualificado, lesões graves e seqüestro, segundo a agência estatal "Andina".

Peláez solicitou que Fujimori pague uma indenização de 100 milhões de novos sóis (US$ 33 milhões ou RS$ 60 milhões) aos parentes dos 15 mortos em Barrios Altos, em 1991, e dos nove estudantes e um professor da universidade La Cantuta assassinados em 1992. Além disso, exigiu uma indenização de 300 mil novos sóis (100.000 dólares) a ser paga ao jornalista Gustavo Gorriti e ao empresário Samuel Dyer, seqüestrados nos porões do Serviço de Inteligência do Exército em 1992.

Ex-presidente começa a ser julgado no próximo dia 26

A Corte Suprema julgará Fujimori por crimes contra a humanidade, a partir do dia 26. A Justiça peruana atribui ao ex-presidente a "autoria mediata" da execução de 25 pessoas em Barrios Altos e La Cantuta, os casos mais emblemáticos do processo. A milícia paramilitar Colina, que teria sido criado pelo ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos para lutar contra o terrorismo, com a suposta aprovação de Fujimori, foi o autor dos massacres.

A defesa alega que as provas se baseiam em versões indiretas ou "de ouvido". No entanto, o procurador-geral do Estado, Carlos Briceño, se mostrou confiante, em outubro passado, em obter "uma sentença condenatória" contra Fujimori. Ele lembrou que na Alemanha "há antecedentes de autoria mediata com condenação pelo julgamento de Nuremberg", após a Segunda Guerra Mundial.

Em setembro, depois de um longo processo, a Suprema Corte do Chile determinou a extradição de Fujimori ao Peru, com base em sete acusações - duas de violação dos direitos humanos e cinco de corrupção. O ex-presidente peruano, que governou de 1990 a 2000, nega as acusações.

Filho de japoneses, Fujimori fugiu para o Japão ao renunciar ao seu mandato, abalado por denúncias de fraude e corrupção. Ele viveu no país durante cinco até chegar de surpresa ao Chile, em novembro de 2005.

Seu objetivo era permanecer temporariamente no país até conseguir voltar ao Peru para disputar as eleições presidenciais de 2006. No entanto, Fujimori foi detido ao desembarcar em Santiago e passou a viver em prisão domicliar.

Apesar das denúncias, Fujimori ainda tem apoio de parte da população no Peru. Ele é elogiado por ter combatido o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso e conseguido conter a inflação.

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