A Igreja Católica da Bolívia se ofereceu nesta sexta-feira (22) para uma nova mediação entre o governo e a oposição de direita, num momento em que se agrava a crise política.
Na quinta-feira, empresários de dois Departamentos controlados pela oposição anunciaram que vão parar de entregar carne bovina ao Departamento de La Paz, onde o presidente Evo Morales tem forte apoio.
A decisão, que ainda não afeta o varejo, ocorreu após uma greve geral de um dia nos Departamentos oposicionistas e uma obstrução parcial de estradas, como parte de uma campanha por mais autonomia para as regiões e a devolução de um imposto sobre o petróleo.
"Buscamos ajudar na medida das nossas possibilidades para que o país vá adiante", disse a jornalistas o arcebispo de La Paz, Edmundo Abastoflor, que deixou uma reunião com Morales anunciando "a disposição da Igreja para facilitar uma aproximação".
O arcebispo disse que outras denominações cristãs, também presentes ao encontro, poderiam participar desse esforço.
No primeiro trimestre, a Igreja Católica tentou sem sucesso uma mediação para a crise política.
Abastoflor disse que o eventual diálogo deve ocorrer "levando em conta maiorias e minorias, a vontade do povo e a unidade do país". Aparentemente, fazia uma referência ao referendo do dia 10 de agosto, que ratificou o mandato de Morales com ampla maioria dos votos.
Alentado por essa vitória, Morales convocou os governadores oposicionistas a dialogar, mas ao mesmo tempo anunciou que nada vai impedir a promulgação da nova Constituição, com a qual ele promete "refundar" a Bolívia, dando mais poderes aos povos indígenas e ampliando a presença do Estado na economia.
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