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Jovem acusa Nicolás Maudro de assassino durante uma manisfestação em Caracas. | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Jovem acusa Nicolás Maudro de assassino durante uma manisfestação em Caracas.| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Protestos esporádicos se espalharam por diferentes partes da Venezuela nesta quarta-feira (25) após um policial ter matado a tiros um adolescente durante uma manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro na inquieta cidade de San Cristóbal.

PT repudia “golpe” e oposição quer país fora do Mercosul

Enquanto partido do governo se diz preocupado “com fatos que atentam contra a vontade popular”, opositores apontam “ditadura” no país vizinho

  • são paulo

O PT divulgou nota nesta terça-feira (24) em que repudia qualquer tentativa de golpe contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em referência à prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, na última quinta (19). Segundo o governo e a Promotoria, Ledezma assinou um documento com diretrizes para uma transição política no país. Ele também é acusado de participação em um suposto plano para destruir prédios no oeste venezuelano.

Na nota, o partido do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff se diz preocupado “com fatos recentes que atentam contra a vontade popular” e dá seu apoio à iniciativa do governo brasileiro para buscar um diálogo para dar fim à crise. Também na terça (24), o Itamaraty elevou o tom contra o governo venezuelano e disse que as ações de Nicolás Maduro “são motivo de crescente atenção” por “afetar diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos”.

A posição do governo brasileiro foi criticada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pelo senador opositor Aécio Neves (PSDB-MG). O vice-líder da oposição na Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), apresentou, junto com outros parlamentares, um projeto de lei que suspende a Venezuela do Mercosul por causa da “violação da ordem democrática naquele país, afrontando a condição para que um país possa ser aceito no bloco”. “O estado venezuelano militarizou-se. Enfim, Venezuela tornou-se uma ditadura”, afirma a justificativa que os parlamentares apresentaram para a suspensão do país do Mercosul.

A agitação mais grave se deu novamente em San Cristóbal, onde parentes consternados de Kluibert Roa, de 14 anos, organizaram uma vigília e um funeral em seguida à morte do garoto, na terça.

Comissão

Uma comitiva de senadores brasileiros vai acompanhar a situação da Venezuela in loco em encontros com autoridades e personalidades da Venezuela.

Testemunhas disseram que dezenas de manifestantes mascarados enfrentaram as forças de segurança em ruas bloqueadas por lixo e pneus na cidade andina, a mesma que foi um dos epicentros dos protestos contra Maduro no ano passado, durante os quais 43 pessoas morreram.

Autoridades locais declararam um dia de luto e muitas lojas ficaram fechadas tanto em homenagem a Roa como por medo. “Meu filho não era nem um apoiador da oposição nem um chavista, ele era meu filho”, disse o pai Erick Roa no funeral. “Eles mataram uma pessoa inocente.”"

Cerca de 200 estudantes e vizinhos estão acampados no local da morte de Roa, onde um altar foi instalado em sua homenagem.

Maduro, sucessor do falecido líder socialista Hugo Chávez, condenou a morte de Roa, mas também acusou radicais violentos de San Cristóbal e outros lugares de quererem derrubá-lo.

As circunstâncias exatas da morte de Roa continuam sem esclarecimento.

Parentes e estudantes insistem que ele era apenas um observador nos protestos e foi alvejado à queima-roupa, enquanto as autoridades dizem que ele foi atingido quando a polícia se viu encurralada por meliantes.

Um policial de 23 anos foi detido e acusado pela morte.

Em Caracas, dezenas de simpatizantes da oposição se reuniram em frente ao Ministério do Interior e saíram em passeata em direção ao gabinete do enviado do Vaticano.

Na cidade de Maracaibo, no oeste do país, membros da oposição encapuzados queimaram um caminhão com remédios, disse Maduro. “Isso é uma luta democrática ou terrorismo?”, perguntou o presidente durante um comício na cidade de Guayana, no sul.

A tensão política na Venezuela se agravou na semana passada com a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que foi acusado de dar suporte a uma suposta tentativa de golpe contra Maduro.

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