A greve de dezenas de milhares de trabalhadores na Grécia deixou o transporte aéreo do país paralisado, ontem, com nenhum voo pousando ou decolando no país. Os serviços ferroviários também foram suspensos. Foi ainda prejudicado o funcionamento de ministérios e companhias estatais, enquanto muitos comércios fecharam temendo a violência na capital. Hospitais públicos funcionavam em esquema emergencial.
No total, estima-se que os protestos mobilizaram 50 mil pessoas em Atenas. A polícia informou que pelo menos 16 suspeitos foram detidos acusados de envolvimento nos distúrbios, enquanto dois policiais ficaram feridos.
Anarquistas quebraram vitrines de lojas, bancos e um carro, além de lançar coquetéis molotov. A polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que arrebentaram com marretas as vitrines de lojas, joalherias e de um cinema. Houve ainda confrontos menores em Tessalonica, no norte do país, onde 14 mil pessoas protestaram contra o governo.
A greve de 24 horas foi convocada contra as medidas de austeridade econômica anunciadas pelo governo grego, que lançou, na quarta-feira da semana passada, um pacote de 4,8 bilhões (US$ 6,5 bilhões) em corte de gastos e aumento de impostos. A proposta foi aprovada pelo Legislativo na sexta-feira.
Pressionado pela União Europeia e pelos mercados financeiros, o governo socialista grego apresentou na semana passada seu mais recente pacote com medidas de austeridade. A intenção é reduzir o déficit do país para 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, esse déficit ficou em 12,7% do PIB.
Entre outras medidas, o pacote eleva a cobrança de impostos para os mais ricos de 19% para 21%, congela as pensões do setor público, corta benefícios e pagamentos de gratificações dos funcionários públicos, além de aumentar impostos sobre combustível, álcool e cigarros.
O governo grego afirma que as medidas são a única alternativa para tirar a Grécia de uma crise que atingiu a moeda comum europeia e alarmou os mercados financeiros internacionais. Mas os sindicatos dizem que os gregos comuns estão sendo convocados a pagar um preço desproporcional.
"Eles estão tentando fazer os trabalhadores pagarem o preço desta crise", disse Yiannis Panagopoulos, líder da central sindical GSEE. "Essas medidas não serão efetivas e levarão a economia para um congelamento ainda mais profundo", afirmou.
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