• Carregando...
Policiais em greve aplaudem manifestantes que tomaram as ruas da capital grega: 16 pessoas acabaram sendo presas por causa dos tumultos | Louisa Gouliamaki/AFP
Policiais em greve aplaudem manifestantes que tomaram as ruas da capital grega: 16 pessoas acabaram sendo presas por causa dos tumultos| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

A greve de dezenas de milhares de trabalhadores na Grécia deixou o transporte aéreo do país pa­­ralisado, ontem, com nenhum voo pousando ou decolando no país. Os serviços ferroviários também foram suspensos. Foi ainda prejudicado o funcionamento de mi­­nistérios e companhias estatais, enquanto muitos comércios fecha­­ram temendo a violência na capital. Hospitais públicos funcionavam em es­­quema emergencial.

No total, estima-se que os protestos mobilizaram 50 mil pessoas em Atenas. A polícia informou que pelo menos 16 suspeitos fo­­ram detidos acusados de envolvimento nos distúrbios, enquanto dois policiais ficaram feridos.

Anarquistas quebraram vitrines de lojas, bancos e um carro, além de lançar coquetéis molotov. A po­­lícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar os ma­­nifestantes, que arrebentaram com marretas as vitrines de lojas, joalherias e de um cinema. Hou­­ve ainda confrontos menores em Tessa­­lo­­nica, no norte do país, onde 14 mil pessoas protestaram contra o governo.

A greve de 24 horas foi convocada contra as medidas de austeridade econômica anunciadas pelo governo grego, que lançou, na quarta-feira da semana passada, um pacote de € 4,8 bilhões (US$ 6,5 bilhões) em corte de gastos e aumento de impostos. A pro­­posta foi aprovada pelo Le­­gislativo na sexta-feira.

Pressionado pela União Euro­­peia e pelos mercados financeiros, o governo socialista grego apresentou na semana passada seu mais recente pacote com me­­didas de austeridade. A intenção é reduzir o déficit do país para 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) – no ano passado, esse déficit ficou em 12,7% do PIB.

Entre outras medidas, o pacote eleva a cobrança de impostos para os mais ricos de 19% para 21%, congela as pensões do setor público, corta benefícios e pagamentos de gratificações dos funcionários públicos, além de aumentar im­­postos sobre combustível, álcool e cigarros.

O governo grego afirma que as medidas são a única alternativa para tirar a Grécia de uma crise que atingiu a moeda comum eu­­ropeia e alarmou os mercados fi­­nanceiros internacionais. Mas os sindicatos dizem que os gregos co­­muns estão sendo convocados a pagar um preço desproporcional.

"Eles estão tentando fazer os trabalhadores pagarem o preço desta crise", disse Yiannis Pana­­go­­­­pou­­los, líder da central sindical GSEE. "Essas medidas não serão efetivas e levarão a economia para um congelamento ainda mais profundo", afirmou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]