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Afegãos protestam contra queima do Alcorão nesta sexta-feira (24) | Shah Marai/AFP Photo
Afegãos protestam contra queima do Alcorão nesta sexta-feira (24)| Foto: Shah Marai/AFP Photo
  • Manifestante morto durante o protesto

Doze pessoas morreram nesta sexta-feira (24), no dia mais violento dos protestos que varrem o Afeganistão por causa da profanação de exemplares do Alcorão em uma base militar da Otan. Soldados e a polícia antichoque estão em alerta para mais violência. A queima dos exemplares do livro sagrado dos muçulmanos, no complexo de Bagram, no começo desta semana aumentou a desconfiança da população com relação às forças da Otan que tentam estabilizar o Afeganistão antes da retirada das tropas de combate estrangeiras em 2014. Centenas de afegãos caminharam em direção ao palácio do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, em Cabul, enquanto no outro lado da capital manifestantes hastearam a bandeira branca do Taliban. Cantando "Morte à América!" e "Vida longa ao Islã!", os manifestantes também jogaram pedras contra a polícia em Cabul, enquanto helicópteros do Exército afegão sobrevoavam o local. Sexta-feira é um dia sagrado e feriado semanal oficial no Afeganistão. As mesquitas da capital atraem multidões e a polícia faz a segurança a partir de picapes estacionadas em ruas próximas. Manifestantes armados se abrigaram em lojas na parte ocidental da cidade, onde mataram um manifestante, disse a polícia local. Em outra manifestação em Cabul, a polícia disse não saber quem disparou os tiros que mataram outro manifestante. Outros sete manifestantes morreram na província de Herat (no oeste do país), mais dois na província de Khost (no leste) e um na relativamente pacífica província de Baghlan (no norte), afirmaram autoridades locais e sanitárias. Em Herat, cerca de 500 homens investiram contra o consulado dos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Barack Obama, enviou uma carta a Karzai pedindo desculpas pela queima não intencional dos exemplares do Alcorão na principal base aérea da Otan em Bagram, ao norte de Cabul, depois que trabalhadores afegãos encontraram as cópias chamuscadas enquanto varriam o lixo. Os muçulmanos consideram o Alcorão a palavra literal de Deus e tratam cada cópia do livro com profunda reverência. A profanação é considerada uma das piores formas de blasfêmia. O Afeganistão quer que a Otan providencie um julgamento público dos responsáveis.

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