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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto nesta segunda-feira (17) em que "reconhece" a independência da Crimeia após o referendo realizado no domingo (16).

De acordo com o texto divulgado pelo Kremlin, o dirigente russo aceita a soberania da região em razão do "desejo" de sua população, que domingo aprovou com 96,7% a separação da Ucrânia e a anexação à Rússia. O gesto de Putin ainda não trata de aceitar o pedido de incorporação ao território russo feito nesta segunda (17) pelo Parlamento da Crimeia.

Putin vai ao Parlamento russo terça-feira (18) discursar sobre o tema, quando deve sinalizar qual será sua posição. O presidente tem demonstrado nas últimas semanas todo apoio ao movimento do governo da Crimeia para se separar de Kiev e se unir a Moscou. Nesta segunda (17), a Crimeia solicitou oficialmente para que a península possa adotar o status de República da Crimeia da Federação Russa.

O gesto de Putin em reconhecer o referendo diverge da postura da Ucrânia e de potências como Estados Unidos e membros do bloco europeu de não aceitar o resultado da consulta. Os EUA e a União Europeia anunciaram sanções aos russos como forma de reação ao referendo, o qual consideram ilegal.

Nacionalização

Ainda nesta segunda, o Parlamento da Crimeia divulgou medidas para nacionalizar empresas ucranianas. De acordo com o decreto, todas as propriedades das empresas de gás e petróleo da Ucrânia que funcionam na região passam para as mãos do governo local.

Além disso, foi dada uma opção aos membros das Forças Armadas de Kiev que atuam na região: aderem ao novo governo, fazendo juramento à República da Crimeia, ou terão de deixá-la. Aos servidores públicos, a mesma alternativa será oferecida, com a chance de mudarem de profissão caso queiram.

O decreto menciona as empresas de gás ucranianas Chernomorneftegaz e Ukrtransgaz e diz que os campos de exploração marítima instalados na península são agora do governo local. A medida do Parlamento, no dia seguinte ao referendo de anexação à Rússia, abre caminho para o governo russo usar a estrutura da Crimeia para exploração de gás na região do Mar Negro.

Especula-se que a manobra deve servir para a Gazprom, empresa russa de energia, comprar as propriedades agora em poder da Crimeia.

Segundo o presidente do Parlamento, Vladimir Konstantinov, ninguém será processado ou sofrerá algum tipo de punição por ser ucraniano. Ele disse ainda que os ucranianos donos de propriedades privadas na Crimeia não perderão a posse do seu patrimônio. "Crimeia é parte da Rússia, não é inimiga da Ucrânia", afirmou.

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