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O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (24), durante uma visita à central atômica de Sarov, que a Rússia não abrirá mão de seu arsenal nuclear até que disponha de armamento sofisticado que cumpra a mesma função.

"Que ninguém tenha ilusões a respeito. Apenas renunciaremos às armas nucleares quando dispusermos de armamento similar e nem um dia antes", declarou Putin, citado pelas agências russas.

O premiê, que está em campanha para as eleições presidenciais de 4 de março, reconheceu que a Rússia está atrasada em relação às outras potências no que se refere à fabricação de armas de alta precisão.

"Essas armas são equiparáveis às de destruição em massa. Elas já se diferenciam muito pouco no que se refere aos resultados de sua aplicação e no futuro serão a mesma coisa", disse.

Putin revelou que Moscou é contra a ampliação do grupo de potências nucleares e expressou sua confiança na cooperação com os Estados Unidos para impedir uma corrida armamentista nuclear no mundo.

Além disso, defendeu a manutenção da paridade nuclear, ao considerar que é "um elemento de estabilidade internacional" e "uma obrigação das potências diante da humanidade".

"Isto é muito importante. Depois da Segunda Guerra Mundial essa paridade garantiu a ausência de conflitos globais. Houve muitos conflitos regionais, que infelizmente continuam aumentando, mas o equilíbrio estratégico preveniu disputas maiores", disse.

O líder russo considera que uma das ameaças para esse equilíbrio estratégico são os planos americanos de desdobrar elementos de seu escudo antimísseis na Europa.

"É óbvio que é preciso enfrentar as ameaças para a segurança nacional, mas é preciso fazê-lo sem criar novas ameaças globais. Do nosso ponto de vista, estão sendo realizadas tentativas de romper esse equilíbrio e criar um monopólio da invulnerabilidade", declarou.

Diante da recusa de Washington de acertar posturas sobre defesa antimísseis, acrescentou, a Rússia já está adotando medidas unilaterais para posicionar mísseis capazes de superar qualquer escudo.

Putin advertiu que o arsenal nuclear russo já não é obsoleto como após a queda da União Soviética, já que "entre 2008 e 2011 as tropas receberam 39 mísseis balísticos e foram colocados em serviço dois novos submarinos atômicos, além de 12 sistemas com mísseis táticos Iskander".

O primeiro-ministro indicou ainda que a Rússia destinará mais de US$ 700 bilhões para o rearmamento durante os próximos 20 anos, a fim de "garantir a segurança nacional e a integridade territorial".

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