O ditador da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira (5) que o Brasil, a China e a Índia sejam mediadores nas futuras negociações de paz com a Ucrânia, em contraposição aos Estados Unidos e às potências europeias, que estariam interessadas, segundo Moscou, em prolongar o conflito.
“Respeitamos os nossos amigos e parceiros que, acredito, estão sinceramente interessados em resolver todos os problemas relacionados com este conflito. Trata-se principalmente de China, Brasil e Índia”, disse Putin durante a sessão plenária do Fórum Econômico Oriental, que está sendo realizado na cidade de Vladivostok, no extremo leste da Rússia.
“Estamos dispostos a entrar em negociações com eles [os ucranianos]? Nunca nos opusemos a isso. Mas não com base em certas exigências efêmeras, e sim em documentos acordados e realmente rubricados em Istambul”, afirmou Putin, em referência aos acordos de março de 2022.
Segundo Putin, se os ucranianos tivessem assinado esse documento, “a guerra já teria terminado há muito tempo”. O ditador argumentou que os líderes de Brasil, China e Índia “aspiram honestamente a ajudar a compreender todos os detalhes deste complicado processo”.
Os três países citados por Putin são aliados da Rússia no grupo de economias emergentes Brics. Desde o início do conflito na Ucrânia, eles aumentaram suas importações de petróleo russo, financiando a máquina de guerra do Kremlin.
Em julho, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou o premiê da Índia, Narendra Modi, por visitar Putin em Moscou logo após uma onda de ataques aéreos da Rússia ao território ucraniano que teve o maior hospital pediátrico do país como um dos alvos.
Em agosto, porém, o primeiro-ministro indiano também visitou Kiev e pediu a Zelensky negociações de paz.
Putin impôs como exigências para a paz com a Ucrânia que Kiev aceite conceder mais território além do ocupado (ou seja, abrir mão da área integral de todos as quatro regiões invadidas pelas tropas russas, que não as controlam totalmente) e que os ucranianos desistam de aderir à OTAN. Já a Ucrânia condiciona iniciar conversas à saída das tropas russas do país.
A China, que diz ter uma “parceria sem limites” com a Rússia, anunciada pouco antes da invasão do Kremlin à Ucrânia, apresentou em maio junto com o Brasil uma proposta de negociações para cessar o conflito, mas em junho não enviou representantes a uma conferência pela paz realizada na Suíça – cuja declaração final o governo brasileiro não assinou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irritou Kiev com declarações no ano passado, atribuindo responsabilidades pelo conflito aos dois lados, e em agosto Zelensky disse em entrevista ao apresentador Luciano Huck que o brasileiro “vive as narrativas da União Soviética”.
No caso chinês, Pequim é cobrada pelo Ocidente para não enviar armas para a Rússia, o que não fez por ora. Entretanto, a gestão Biden apontou em abril que a China está fornecendo “apoio incalculável” à indústria de defesa russa por meio da venda de produtos de microeletrônica e óticos. (Com Agência EFE)
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