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Com lágrimas nos olhos e ao lado do atual presidente Dmitry Medvedev, primeiro-ministro russo Vladimir Putin (esq.), acena para seus eleitores durante o pleito na praça Manezhnaya, em Moscou | Natalia Kolesnikova/AFP
Com lágrimas nos olhos e ao lado do atual presidente Dmitry Medvedev, primeiro-ministro russo Vladimir Putin (esq.), acena para seus eleitores durante o pleito na praça Manezhnaya, em Moscou| Foto: Natalia Kolesnikova/AFP

Colégio eleitoral russo sofre ataque

Três policiais morreram ontem após o registro de um ataque contra um colégio eleitoral da república russa do Daguestão, registrado logo depois da conclusão da eleição presidencial. "Três policiais morreram como resultado do ataque, e um dos guerrilheiros também foi morto", afirmou Aleksandr Gorovoy, subchefe da Polícia local, citado pelas agências russas.

Efetuado por três homens encapuzados, o ataque aconteceu uma hora depois do fechamento de um dos colégios do distrito de Khasaviurt. Os três policiais mortos estavam encarregados de garantir a segurança do local durante a apuração dos votos. Os resultados parciais oficiais da eleição presidencial apontam para vitória do primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, ainda no primeiro turno, segundo a Co­­missão Eleitoral Central. Em discurso a partidários, Putin declarou vitória diante da apuração parcial de pouco mais de 30% das urnas, que o coloca na frente do pleito com mais de 60% dos votos.

Folhapress

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O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, se mantém no poder ao vencer a eleição presidencial realizada ontem. O resultado manda Putin de volta ao Kremlin para um terceiro mandato, desta vez por seis anos.

Com cerca de 38% dos votos contabilizados até o fechamento desta edição, a esperada vitória de Putin já se concretizava: ele recebia 63,8% da intenção dos votos, enquanto Gennady Zyuganov (Partido Comunista) tinha 17,2%, e o candidato independente e bilionário Mikhail Prokhorov registrava 7,1%.

Falando a uma multidão, junto ao atual presidente Dmitri Medvedev – que ocupou o cargo nos últimos quatro anos –, Putin se manifestou de forma tipicamente nacionalista, dizendo que a vitória foi necessária para defender a independência da Rússia e evitar uma tomada ilegal do poder. "Provamos, realmente, que ninguém pode nos forçar nada", afirmou. "Provamos que nosso povo é bem capaz de diferenciar entre o desejo de renovação e provocações políticas que têm apenas um objetivo: destruir a soberania da Rússia e usurpar o poder."

Diferentemente de seus concorrentes, que protestaram contra a forma como as eleições foram conduzidas, Putin declarou: "Vencemos em uma disputa aberta e honesta." Se os resultados forem confirmados hoje, Putin terá vencido já no primeiro turno.

Cerca de 65% dos eleitores votaram. Mas há milhares de acusações de violação feitas por observadores e opositores de Putin, o que deve abalar a legitimidade de sua vitória e alimentar novos protestos.

Ontem, a oposição já se organizava para promover uma ampla manifestação no centro de Moscou. Golos, o principal organismo independente de observação das eleições, afirmou que recebeu diversos relatos de "carrosséis de votação", com ônibus carregados de eleitores sendo levados a votar inúmeras vezes. Alexei Navalny, um dos líderes mais carismáticos da oposição, disse que observadores treinados pela organização também constataram o amplo uso de carrosséis de eleitores.

As evidências de fraudes na eleição parlamentar de dezembro desencadeou centenas de protestos contra Putin, que presidiu o país de 2000 até 2008. Poste­riormente, em razão de limitações de mandato, ele assumiu como primeiro-ministro. As demonstrações foram as mais amplas desde o fim da era soviética e os manifestantes mostraram-se exasperados com os casos frequentes de corrupção, com o crescente desequilíbrio social e com os controles rígidos da vida política durante o governo Putin.

"Não reconhecemos as eleições, as consideramos ilegítimas, desonestas e não transparentes", afirmou o candidato do Partido Comunista, Gennady Zyuganov. "Uma eleição honesta exige diálogo honesto com a oposição, o que não ocorreu. Exige que a enorme máquina do Estado trabalhe estritamente dentro da lei para permitir iguais condições para todos os candidatos. Mas em essência, Putin se sobrepôs a todos os outros candidatos em dez vezes mais."

O independente Mikhail Prokhoro afirmou que "se as pessoas pensam que as eleições terminaram em 4 de março, estão muito enganadas; tudo está apenas começando". E acrescentou: "Registramos mais de 3 mil violações, com a situação particularmente ruim em São Petersburgo e na região de Moscou. Mais de 50 dos meus observadores não foram admitidos."

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