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Manifestantes protestam contra os Estados Unidos, com fotos do general morto Qasem Soleimani.
Manifestantes protestam contra os Estados Unidos, com fotos do general morto Qasem Soleimani.| Foto: Tauseef Mustafa / AFP

O general iraniano Qasem Soleimani, 62 anos, morto em ataque aéreo nesta quinta-feira (2) pelos Estados Unidos, era considerado o segundo homem mais poderosos do país persa, depois do aiatolá Khamenei.

Soleimani comandava a Força Quds, o esquadrão de elite da Guarda Revolucionária do Irã responsável por operações clandestinas do Irã no exterior, principalmente em conflitos na Síria e no Iraque.

A carreira de Soleimani se consolidou na revolução de 1979, quando o militar ajudou a estabelecer a república islâmica no Irã. Nos anos da guerra contra o Iraque, entre 1980 e 1988, já fazendo parte da Guarda Revolucionária, Soleimani conquistou poder político e econômico. O militar também ajudou a manter o Hezbollah no Líbano e a expandir a influência do grupo no Oriente Médio.

Após a invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, a Força Quds se aliou às milícias xiitas no país que combatiam as tropas americanas.

Sob o comando de Soleimani, o esquadrão também mantinha atividades clandestinas em outras áreas da Ásia e na América Latina. Em 2011, a guarda iraniana foi responsável por uma tentativa fracassada de assassinar o embaixador da Arábia Saudita nos EUA, em um restaurante italiano em Georgetown.

Com a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e outros países, a Força Quds esteve no centro das tensões contra as tropas americanas.

Depois que as milícias xiitas no Iraque, apoiadas pelo Irã, mataram um empreiteiro americano no último mês de dezembro, os EUA desferiram ataques aéreos na fronteira com a Síria, matando 25 milicianos e ferindo mais de 50.

Na véspera de Ano Novo, as milícias xiitas invadiram o complexo da Embaixada dos EUA em Bagdá, quebrando portas à prova de bala e queimando guaritas. O presidente dos Estados Unidos Donald Trump prometeu retaliar a ação.

O ataque aéreo desta quinta-feira matou também Jamal Jaafar Ibrahimi, um comandante da milícia iraquiana, mais conhecido como Abu Mahdi al-Muhandis.

Analistas ouvidos pelo jornal Washington Post afirmam que Soleimani era uma figura forte e única, dificilmente substituível. E, por isso, segundo eles, o governo do Irã deverá responder duramente.

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