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Os radicais ultranacionalistas do partido Pravy Sektor (setor de direita) se concentram nesta sexta-feira (28) em frente à Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia para exigir a renúncia do ministro do Interior, Arsen Avakov, a quem responsabilizam pela morte de um de seus líderes.

A Rada prometeu criar nesta sexta-feira uma comissão parlamentar para investigar a morte de Alexander Muzichko, ocorrida há três dias em um confronto com a polícia, depois que ativistas do Pravy Sektor ameaçaram invadir a sede do Legislativo ontem à noite.

"É certo, deve-se fazer justiça. Amanhã será criada uma comissão de investigação temporária no Parlamento, da qual farão parte representantes do Pravy Sektor, para esclarecer" a morte de Muzichko, disse o deputado independente Yuri Derevianko.

Cerca de 1,5 mil ativistas do partido ultranacionalista, o braço armado dos protesto contra o presidente deposto Viktor Yanukovich, atacaram ontem à noite o edifício da Rada com os deputados ainda em seu interior e exigiram a renúncia de Avakov.

Várias janelas foram quebradas e os ultranacionalistas tentaram acessar o interior do edifício, enquanto os deputados debatiam as reformas econômicas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a concessão de um empréstimo à Ucrânia.

Os ultranacionalistas, que se consideram responsáveis pela queda de Yanukovich, responsabilizam o ministro do Interior pela morte de Muzichko, que era coordenador do partido na região de Rivne, no oeste da Ucrânia.

O líder do Pravy Sektor, Dmitri Yarosh, acusou Avakov de ter começado uma perseguição contra o grupo que se tornou um partido político no fim de semana passado.

"Não podemos observar em silêncio a ação contrarrevolucionária do ministro do Interior da Ucrânia. Exigimos a destituição imediata de Arsen Avakov, a prisão do chefe do corpo especial da polícia 'Sokol' e dos responsáveis pelo assassinato" de Muzichko, disse Yarosh aos jornalistas.

O ministro do Interior respondeu Yarosh afirmando que sua "postura será dura em relação aos criminosos que violam a ordem com armas nas mãos".

"Chamo de criminoso qualquer um que use disfarces", disse Avakov em alusão aos capacetes, capuzes e máscaras de muitos ativistas, "seja lá como se chamem, Pravy Sektor ou Milícias do Maidan".

Avakov voltou a investir hoje contra os radicais, os qualificou de "marginais e traidores" por "buscarem desculpas para lutar com armas no centro da capital e não com uniformes militares ucranianos contra os separatistas".

Muzichko, um dos líderes mais violentos do movimento ultranacionalista, morreu na madrugada da última terça-feira após receber dois disparos no peito quando era detido pela polícia em sua cidade natal, Rivne.

Segundo o Ministério do Interior, o ultranacionalista disparou contra o próprio peito quando resistia à prisão, depois que um agente se lançou sobre ele após atingi-lo com dois tiros nas pernas.

Momentos antes, o líder nacionalista disparou duas vezes contra um policial.

Muzichko ficou famoso na Ucrânia e na Rússia depois que apareceu em vários vídeos na internet. Em um deles, o ativista aparecia com um fuzil Kalashnikov e intimidava os deputados da assembleia regional de Rivne. Em outro, era mostrado agredindo, ameaçando e humilhando o promotor dessa região.

O Pravy Sektor foi a principal força de choque dos manifestantes nos trágicos enfrentamentos registrados em fevereiro em Kiev. A formação é uma organização que reúne vários grupos de extrema-direita, entre eles membros de torcidas organizadas de futebol.

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