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A revolução cubana está mais forte do que nunca, mas enfrenta desafios e uma "permanente luta" contra as hostilidades dos Estados Unidos, disse o presidente Raúl Castro na quinta-feira, durante a comemoração dos 50 anos do movimento liderado pelo líder Fidel Castro, ausente nos festejos.

Raúl Castro, que substituiu há quase um ano seu irmão Fidel por motivos de saúde, disse em um discurso que a revolução foi um "justiceiro cataclismo social".

"Hoje a revolução é mais forte que nunca e jamais cedeu um milímetro em seus princípios nem nos momentos mais difíceis", disse o general de 77 anos em Santiago de Cuba, a cidade onde Fidel Castro anunciou no dia 1o de janeiro de 1959 a derrocada do ditador Fulgencio Batista.

Mas o presidente advertiu que o sistema enfrenta sérios desafios em seu discurso cheio de advertências aos sucessores da velha-guarda revolucionária que segue governando Cuba.

"Quando comemoramos este meio século de vitórias, se impõe a reflexão sobre o futuro, sobre os próximos 50 anos, que serão também de permanente luta. Observando as atuais turbulências do mundo contemporâneo, não podemos pensar que serão mais fáceis. Digo isso não para assustar ninguém, é a pura realidade", disse.

Em um discurso de 35 minutos Raúl Castro evocou várias vezes, entre aplausos, seu irmão.

"Um indivíduo não faz a história. Nós o sabemos. Mas há homens imprescindíveis capazes de influenciar no seu curso de maneira decisiva. Fidel é um deles. Ninguém duvida, nem seus inimigos mais acirrados", disse.

O aniversário da revolução foi marcado pela austeridade, imposta pelas dificuldades econômicas de Cuba, acentuadas pela crise financeira global e os estragos avaliados em quase 10 bilhões de dólares provocados pelos recentes furacões.

Raúl Castro prometeu melhorar a qualidade de vida dos cubanos, que, apesar dos subsídios, amargam a falta de poder aquisitivo de seus salários, equivalentes a cerca de 20 dólares.

O presidente vem repetindo, no entanto, que os problemas econômicos o obrigaram a prorrogar certas reformas.

Para os partidários do regime, a revolução trouxe justiça social e igualdade de oportunidades para Cuba, um país sem analfabetos em com indicadores sociais similares aos das nações escandinavas.

Os críticos, por sua vez, dizem que o sistema unipartidário edificado por Fidel Castro limita as liberdades individuais e os direitos humanos.

Fidel Castro, de 82 anos, enviou uma mensagem de poucas linhas sobre o aniversário, que chega três semanas antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama.

"Felicito nosso povo heróico", escreveu em uma nota publicada na capa do Granma, o jornal do Partido Comunista do governo.

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