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O setor de energia da Colômbia foi duramente atingido durante o "outubro negro", termo criado por militantes sobre uma ofensiva de um mês de duração. Os alvos incluíram dutos de petróleo, trens de transporte de carvão, usinas de eletricidade e torres de transmissão.

Em outubro, foram registrados cerca de 20 ataques em importantes locais, como oleodutos, disseram analistas de segurança e empresas. O montante foi quase o dobro do número registrado em setembro e ficou bem acima de qualquer outro mês deste ano. O governo da Colômbia normalmente apresenta uma contagem posteriormente no mês e o Exército do país se recusou a comentar sobre o assunto.

Grande parte dos incidentes é atribuído às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). E as ofensivas colocam em dúvida a sinceridade do grupo em chegar a um acordo de paz com o governo. Atualmente, as duas partes negociam em um processo que começou há um ano em Havana, Cuba, contudo nenhum cessar fogo está em vigor.

Poucas partes da infraestrutura de energia da Colômbia escaparam intactas. A companhia de rede de energia estatal ISA disse que 19 de suas torres de transmissão foram explodidas em outubro, em comparação com 11 ataques similares registrados nos noves meses anteriores combinados. A infraestrutura controlada por empresas de energia menores em área rurais do país também foram atingidas provocando apagões de até duas semanas em várias e pequenas cidades no sul.

Os custos econômicos desses ataques são muitas vezes limitados a reparos, despesas extras de segurança e horas extras para os trabalhadores. Empresas de exportação de petróleo e carvão na Colômbia elaboram há muito tempo esquemas para manter o transporte funcionando diante das ofensivas rebeldes, principalmente através da estocagem nos portos costeiros. Mas os ataques criam problemas logísticos para as empresas e lembram os pretensos investidores dos riscos políticos na Colômbia.

O segundo maior oleoduto do país, o Cano Limon, foi atacado pelo menos três vezes no mês passado, provocando uma paralisação do bombeamento e levando habitantes locais a chamá-lo de "a flauta" por causa de todos os buracos que os rebeldes fizeram no duto durante os últimos 20 anos. O Cano Limon é usado pela estatal Ecopetrol e pela americana Occidental Petroleum Corp.

A cada hora que é bombeado, o oleoduto, que carrega cerca de 700 mil barris de petróleo por dia para o porto costeiro caribenho, precisa ser fechado completamente até que os funcionários responsáveis pelos reparos possam consertar os danos com segurança, o que usualmente leva cerca de cinco dias. Um representante da Occidental disse que a companhia não tinha nenhum comentário a fazer sobre os recentes ataques.

Os ataques a Cano Limon também provocaram o adiamento da inauguração muito esperada de mais um novo oleoduto da Colômbia, o Bicentenário, de US$ 1,6 bilhão, porque ele não pode operar se a linha Cano Limon também não estiver bombeando petróleo.

Os ataques rebeldes ocorrem em um momento no qual a economia colombiana enfrenta oscilações na sua taxa de crescimento e uma crescente lacuna entre ricos e pobres, que gerou neste ano uma onda de violência e manifestações algumas vezes mortais de fazendeiros e outros trabalhadores de baixa renda. Em alguns casos, as demandas dos manifestações ocorrem paralelas àquelas das Farc, principalmente no que tange melhores condições para trabalhadores agrários e críticas à influências de companhias estrangeiras na Colômbia, a quarta maior economia da América Latina.

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