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Passageiros na área de desembarque internacional do Aeroporto de Heathrow, o mais movimentado do Reino Unido
Passageiros na área de desembarque internacional do Aeroporto de Heathrow, o mais movimentado do Reino Unido| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

Reino Unido e Israel informaram nesta quinta-feira (25) que irão suspender voos de alguns países africanos devido à detecção de mais uma variante do novo coronavírus na África do Sul.

O secretário de Saúde britânico, Sajid Javid, informou que os voos a partir da África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botsuana, Eswatini e Zimbábue serão suspensos a partir de sexta-feira (26) e os seis países serão adicionados à lista vermelha. Os viajantes que chegam ao Reino Unido desses locais deverão ficar em quarentena.

Israel anunciou a suspensão de voos vindos da África do Sul, Lesoto, Botsuana, Zimbábue, Moçambique, Namíbia e Eswatini. A agência Reuters informou que os israelenses estão proibidos de viajar para países na lista vermelha, a menos que recebam permissão especial do Ministério da Saúde.

Pesquisadores e órgãos de saúde da África do Sul confirmaram nesta quinta-feira a detecção de mais uma variante do novo coronavírus, identificada como B.1.1.529, que possui múltiplas mutações e que deixou os especialistas em alerta, apesar da necessidade de estudos mais aprofundados.

A nova variante apresenta “uma nova constelação muito pouco usual de mutações, mas seu significado ainda é incerto”, explicou o brasileiro Tulio de Oliveira, diretor da Plataforma de Inovação em Pesquisa e Sequenciamento de KwaZulu-Natal (Krisp).

Segundo o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas da África do Sul, já foram confirmados casos positivos para a B.1.1.529 no próprio país e também em Botsuana e Hong Kong.

De acordo com os estudos, a nova variante apresenta mais de 30 mutações, e algumas delas, são motivo de preocupação pelo possível impacto na transmissão e pelo potencial de burlar a imunidade ou a proteção prévia.

“A variante nos surpreendeu. Tem um grande salto evolutivo. São muito mais mutações do que esperávamos, especialmente depois de uma terceira onda da delta, muito grave”, explicou Oliveira.

“Poderíamos ver, potencialmente, essa variante se propagar muito rapidamente”, alertou o especialista brasileiro, com base em dados recolhidos na província sul-africana de Gauteng, onde estão as cidades de Johannesburgo e Pretória e que registrou aumento recente nos casos de Covid-19.

Os pesquisadores destacaram, contudo, que a detecção da nova variante foi feita de maneira muito precoce, indicando otimismo que isso possa favorecer o controle da expansão. A descoberta, de fato, da B.1.1.529 aconteceu na última terça-feira (23), a partir de amostras coletadas entre os dias 14 e 16 deste mês.

“Não queríamos que isso ficasse circulando como um rumor”, afirmou o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, na coletiva de imprensa em que foi confirmada a detecção da variante.

Tulio de Oliveira destacou que, apesar da identificação ter acontecido no país africano, não necessariamente foi lá que a variante foi originada. O brasileiro afirmou que é aguardado que a Organização Mundial da Saúde (OMS) dê um novo nome de letra grega para o patógeno mutado, como aconteceu em outras ocasiões.

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