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O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, afirmou nesta quinta-feira (30) que a reunião que manteve com o vice-presidente equatoriano, Lenín Moreno, foi bem "amigável", mas também voltou a dizer que não vê "uma solução à vista" para o caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange.

Hague se reuniu ontem em Londres com Moreno, que também compareceu na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, e ambas as autoridades concordaram em buscar uma solução dialogada sobre a situação de Assange, que, por sua vez, já recebeu asilo político do Equador para evitar sua extradição à Suécia, fato que o Reino Unido insiste em não aceitar.

O fundador do Wikileaks está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde o dia 19 de junho, enquanto o Reino Unido afirma que tem a "obrigação legal" de extraditá-lo a Suécia por causa da decisão assumida pelo Supremo Tribunal britânico.

Em entrevista à rede "BBC 4" em Nova York, onde participa de uma reunião da ONU sobre a Síria, Hague indicou que seu encontro com Moreno foi "amigável", mas assinalou que a resolução do caso Assange ainda pode levar "muito tempo" para ser resolvida.

"Não estamos ameaçando invadir a embaixada do Equador. Deixamos clara nossa posição legal aos equatorianos e, desde o começo, destacamos que buscamos uma solução amigável para esse impasse", apontou o chefe do Foreign Office.

Hague disse que explicou ontem ao vice-presidente equatoriano a posição britânica de que o país possui "a obrigação legal de prender Assange e extraditá-lo à Suécia" e que "não há base legal" para que se possa "fazer outra coisa".

"Acordamos que seguiremos conversando em busca de uma solução", embora, "dada a posição do Equador sobre o que chamam asilo diplomático e nossa posição legal, que é muito clara, esse tipo de solução não está à vista neste momento", completou.

"Isto pode levar muito tempo para ser resolvido e não estamos dirigindo nenhuma ameaça contra a embaixada do Equador", completou o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido.

Equador e Reino Unido mantêm um conflito diplomático desde o dia 16 de agosto, quando o país sul-americano outorgou asilo ao ativista australiano, que se refugiou na embaixada equatoriana em Londres para evitar sua extradição a Suécia, onde é requerido por supostos crimes sexuais.

Londres rejeita outorgar um salvo-conduto ao fundador do Wikileaks, responsável pela divulgação de milhares de arquivos diplomáticos que puseram em xeque governos de todo o mundo e que, segundo Equador, estaria sendo alvo de uma perseguição política por parte dos Estados Unidos e seus aliados.

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