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As relações entre Cuba e Estados Unidos estão em seu pior momento desde que Barack Obama assumiu o poder em Washington, e devem piorar ainda mais se os dois países não tomarem medidas para acabar com suas cinco décadas de hostilidade, segundo especialistas.

Após uma breve reaproximação em 2009, ambos os países parecem abandonar qualquer perspectiva de novos avanços. "O último ano provou que, quando se trata das relações cubano-americanas, velhos hábitos são duros de matar", disse Dan Erikson, da entidade Diálogo Interamericano, de Washington.

Obama, que logo ao assumir o cargo, em 2009, prometeu restaurar as relações com a ilha comunista, inicialmente suspendeu restrições de viagens e remessas financeiras de cubano-americanos para a ilha, além de iniciar discussões sobre questões migratórias e de serviços postais.

Mas nos últimos meses predominam as notícias negativas. Em dezembro, Cuba prendeu um norte-americano sob suspeita de espionagem, embora ele continue sem ser formalmente acusado.

Em fevereiro, houve grande reação internacional pela morte do dissidente Orlando Zapata, que fazia greve de fome, e já em março as "Damas de Branco" (grupo de mulheres e mães de dissidentes presos) foram intimidadas por seguidores do governo durante passeatas.

No dia 24, Obama divulgou uma nota com termos duros, acusando Cuba de "responder com o punho cerrado às aspirações do povo cubano".

As autoridades dos EUA argumentam que têm feito gestos para obter uma resposta positiva de Cuba, enquanto Havana acha que as iniciativas foram insuficientes, e continua exigindo o fim do embargo econômico em vigor desde a década de 1960.

O advogado Timothy Ashby, de Miami, ex-funcionário do Departamento de Comércio dos EUA encarregado das relações comerciais com a ilha, disse que nenhuma das partes fez o que seria necessário para superar 50 anos de amargura.

"Nenhum dos (dois) governos está disposto a dar um passo significativo que iria servir como demonstração de boa vontade genuína", disse ele.

Na verdade, ambos os países tomaram medidas que em nada ajudaram a frágil aproximação iniciada por Obama.

Em novembro, o presidente norte-americano irritou o regime cubano ao responder por email a uma entrevista feita pela blogueira dissidente Yoani Sánchez, considerada pelo governo local como cúmplice dos inimigos de Cuba na Europa e nos EUA.

Em fevereiro, Craig Kelly, secretário-assistente de Estado dos EUA, causou indignação dos cubanos por se reunir com dissidentes após um encontro com autoridades em Havana para discutir questões migratórias.

Cuba, por sua vez, turvou o clima político ao criticar duramente Obama por sua suposta inação, embora o regime tampouco tenha dado passos significativos.

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