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Decisão de Trump sobre aumento de tarifas sobre importações tem apoio de democratas , mas enfrenta resistência de republicanos. | Boris Baldinger/Fórum Econômico Mundial
Decisão de Trump sobre aumento de tarifas sobre importações tem apoio de democratas , mas enfrenta resistência de republicanos.| Foto: Boris Baldinger/Fórum Econômico Mundial

Legisladores republicanos estão tentando limitar os poderes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a Casa Branca detalhar planos para tarifar as importações de aço e alumínio, numa medida que deve afetar duramente países como o Brasil, Japão e Coreia do Sul.

Mas democratas importantes, como a senadora Elizabeth Warren apoiaram a postura de Trump, e devem complicar os esforços dos republicanos para atar as mãos do presidente.

“Quando o presidente diz que está colocando as tarifas na mesa, eu acho que isso é uma parte da reconstrução da nossa política comercial como um todo”, disse Warren, em uma entrevista à CNN.

Já alguns congressistas republicanos estão preocupados de que a oposição pública aos planos de Trump possa dividir o partido ou ser um tiro no pé. Legisladores estão preocupados com as repercussões econômicas ou possíveis medidas retaliatórias de parceiros comerciais dos EUA, e estão buscando formas de frear Trump.

O senador republicano Jeff Flake, um crítico de Trump que busca reeleição neste ano, disse que vai entrar com um projeto para anular o decreto de Trump que impõe as tarifas sobre os metais.

“Eu não estou dizendo que o que o presidente fez não seja popular em vários círculos, pois é”, disse Flake, acrescentando que “como um republicano que acredita no comércio livre, governo limitado, liberdade econômica, eu não posso ser reeleito no meu partido agora”.

O também republicano, senador Cory Gardner, disse que o Congresso tem “algumas ferramentas legislativas à disposição” para se opor à proposta de tarifação do governo”.

“Eu acho que todo mundo no Congresso acredita que a abertura para novos mercados é boa para os EUA”, disse Gardner em uma entrevista à CBS.

Aliados

Paralelamente às disputas nos Estados Unidos, autoridades americanas e europeias planejam novas negociações comerciais nesta semana, ao passo em que aliados dos Estados Unidos procuram formas de evitar a tarifação sobre as importações de aço e alumínio. Enquanto isso, a China sinaliza que está preparada para retaliar, caso o presidente Donald Trump siga com os planos.

União Europeia (UE) e Japão, dois importantes aliados dos americanos, correspondem juntos por cerca de 25% do comércio anual de bens nos EUA. Os líderes das duas regiões expressaram séria preocupação durante o fim de semana, pedindo para que Washington os exclua das medidas protecionistas.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, encontrou-se com a comissária de comércio da UE, Cecilia Malmstrom, e seu contraparte japonês, Hiroshige Seko, em Bruxelas, nesse sábado. As autoridades não comentaram como se darão as próximas discussões sobre o assunto.

O secretário de Comércio do Reino Unido, Liam Fox, também deve tratar do assunto com autoridades americanas, numa viagem a Washington marcada para esta semana.

Trump, por sua parte, parece irredutível, dizendo ontem que as tarifas sobre os metais são seu “bebê”.

Após a reunião com Lighthizer, Malmstrom disse que “não há clareza imediata sobre o procedimento exato de isenção por parte dos EUA, logo as conversas continuarão ao longo desta semana”.

Lighthizer também não deu uma resposta clara se o Japão será isento das tarifações, de acordo com a agência de notícias japonesa, Kyodo.

Hoje, o ministro do Comércio da China, Zhong Shan, disse que Pequim não quer uma guerra comercial e não iniciaria uma, mas deixou claro que o governo está pronto pra retaliar. “Podemos lidar com qualquer desafio”, disse Zhong em um comunicado.

O governo Trump não tem um plano definido para isentar países das tarifas, embora autoridades tenham dito que México e Canadá, que negociam a revisão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), devem se livrar da tarifação.

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