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O candidato presidencial Mitt Romney disse na quarta-feira (19) que tem mais condições de ajudar os pobres dos Estados Unidos do que o presidente Barack Obama, após a divulgação de um vídeo em que o republicano aparece descrevendo os apoiadores do seu adversário como pessoas vitimizadas e excessivamente dependentes do governo. Romney tenta transformar a eleição de 6 de novembro em um referendo sobre a política econômica de Obama, mas na última semana o foco se voltou para os seus próprios tropeços - inclusive a divulgação de um vídeo, gravado secretamente em maio, no qual ele desqualifica os partidários de Obama.

"A questão nessa campanha não é quem se importa com os pobres e a classe média. Eu me importo, ele se importa", disse Romney num evento de arrecadação em Atlanta, com dedo em riste e voz inflamada. "A questão é quem pode ajudar os pobres e a classe média. Eu posso, ele não pode, e provou isso em quatro anos."

A campanha de Romney argumenta que Obama comanda uma economia estagnada, obrigando mais norte-americanos a usarem cupons alimentares e outras formas de assistência. No vídeo, gravado num evento de arrecadação numa mansão na Flórida, Romney diz aos seus ricos doadores que 47 por cento dos norte-americanos vão apoiar Obama em qualquer circunstância. "Jamais vou convencê-los de que eles devem assumir a responsabilidade pessoal e cuidar das suas vidas", afirma ele.

As declarações contribuem com a imagem que o Partido Democrata vem fazendo de Romney como um político elitista, alheio aos problemas dos norte-americanos comuns.

Numa aparente tentativa de desviar a atenção do vídeo, os republicanos estão citando uma gravação que veio à tona nesta semana, em que Obama diz acreditar em "um certo nível" de redistribuição de renda - algo rejeitado pelo eleitorado conservador. "Mitt Romney e eu não estamos concorrendo para redistribuir a riqueza. Mitt Romney e eu estamos concorrendo para ajudar os americanos a criarem riqueza", disse o candidato a vice-presidente Paul Ryan num comício na Virgínia.

O vídeo de Romney não foi o primeiro problema para o republicano nos últimos dias. Antes, o site Político havia noticiado atritos internos na sua campanha, e antes ele havia sido criticado por fazer ataques precipitados a Obama pela forma como o governo lidou com recentes turbulências no Oriente Médio.

A sete semanas das eleições, muitos republicanos já temem que Romney não consiga se recuperar. "Há uma sensação ampla e crescente atualmente entre os republicanos de que a coisa está escapando das mãos de Romney", escreveu Peggy Noonan, editorialista do Wall Street Journal, num blog. "É hora de admitir que a campanha de Romney é incompetente."

A pesquisa diária Reuters/Iposos mostra Obama à frente de Romney, com 48 x 43 por cento das intenções de voto entre eleitores decididos a votar. Entre os eleitores registrados, a vantagem sobe para 49 x 38.

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