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Greve deve atrapalhar filmagens de seriados famosos na tevê

Los Angeles – A greve dos roteiristas de cinema e televisão dos Estados Unidos deve atrapalhar as filmagens de seriados famosos como "Lost’’, "24 Horas’’ e "Law and Order: Criminal Intent’’, programadas para os próximos meses.

A paralisação já seria percebida ontem à noite, quando programas como "Daily Show", "Colbert Report" e "The Tonight Show With Jay Leno" – de grande audiência – seriam substituídos por reprises. Estes programas são gravados no mesmo dia de emissão ou são emitidos ao vivo, e dependem de temas atuais. Sem escritores para escrever as piadas e os diálogos, as redes de televisão tem que recorrer a episódios já emitidos.

"Boom! Nossa transmissão vai parar pura e simplesmente", declarou Amy Poehler, que participa da equipe de "Saturday Night Live". "Não existem scripts reservas", disse ela.

Durante a manhã, os roteiristas levaram cartazes para as portas dos estúdios de "CBS", "Fox", Disney, "NBC", Paramount, Universal, Warner Bros e outras produtoras de televisão na Califórnia, assim como a da "NBC" em Nova Iorque.

Patric Verrone, presidente do Writers Guild of America (WGA), o sindicato que reúne cerca de 12 mil escritores do setor, no litoral oeste dos EUA, afirmou que a posição do sindicato "é muito simples e justa’’. "Quando o trabalho de um escritor gera renda para as companhias, ele merece ser pago’’, afirmou.

Los Angeles – Os roteiristas de cinema e televisão dos Estados Unidos iniciaram ontem uma greve que pode paralisar grandes setores da indústria de entretenimento no país. "As discussões continuam, mas a greve é efetiva'', declarou Sherry Goldman, porta-voz do sindicato dos roteiristas, o Writers Guild of America (WGA), ao comentar as negociações de última hora em Los Angeles para tentar evitar a paralisação.

Os autores de Nova Iorque foram os primeiros a entrar em greve devido às diferenças de fuso horário nos Estados Unidos. A palavra de ordem da greve, a primeira em quase 20 anos, ocorre depois de três meses de negociações infrutíferas. Cerca de 12 mil roteiristas afiliados à WGA aderiram à greve.

Os grevistas exigem alguns benefícios com relação a seus direitos autorais quando, por exemplo, suas obras forem acessadas em telefones celulares ou ainda em Ipods. Eles querem também uma porcentagem maior em seus direitos autorais sobre os DVDs e a extensão das tarifas sindicais e vantagens sociais aos programas de reality shows.

Essas reivindicações foram rejeitadas pela poderosa organização sindical de produtores, a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP, sigla em inglês), que explicou que os programas que circulam na internet não são mais rentáveis. "Todo mundo sabe quanto custa um DVD e um autor recebe de quatro a cinco por cento da venda de um DVD. Nós queremos oito por cento. Eles dizem que isso é um absurdo!", protestou o roteirista Bryce Zabel.

Em comunicado, o presidente da AMPTP, Nick Counter, qualificou a greve de "irresponsável'' por parte dos integrantes do sindicato de roteiristas, já que "as negociações estavam avançando''. "Tentamos definir posições em algumas de suas reivindicações principais, incluindo a difusão na internet e a jurisdição nos novos meios. No final, o sindicato estava pouco disposto a chegar a um acordo na maioria de suas principais reivindicações'', disse Counter.

De acordo com os analistas, esta paralisação pode durar muitos meses e as perdas potenciais devem alcançar a barreira de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,75 bilhão). O título "Apocalypse Now" estampava a primeira página do jornal referência do meio, Daily Variety, em relação a esta greve, ressaltando que ela pode trazer conseqüências a outros setores da indústria.

Os roteiristas receberam o apoio do sindicato dos atores Screen Actors Guild (SAG), mas os 150 mil profissionais membros deste sindicato não têm perspectiva de entrar em greve.

A última greve durou 22 semanas e caso esta situação se repita, a indústria do entretenimento será gravemente afetada por falta de conteúdo. Em 1988, a longa greve de roteiristas custou cerca de US$ 500 milhões aos estúdios. Segundo o prefeito de Los Angeles, Antonio Villaraigosa, uma greve hoje poderia custar o dobro. A indústria do entretenimento gera aproximadamente US$ 30 bilhões por ano a Los Angeles.

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